tag:blogger.com,1999:blog-1451409097310632462024-02-20T07:48:41.493+00:00Educação em Portugal | Metas e MedidasIremos apresentar um programa de Reforma Educativa, que deverá entrar em vigor de imediato.José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.comBlogger30125tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-57772165667170931262999-04-06T21:18:00.047+01:002012-07-21T01:37:20.123+01:00ConteúdosAos educadores, professores, pais e governos: os alunos não aprendem e nada sabem porque o conceito do desenvolvimento intelectual da criança, em que se baseia o nosso ensino escolar, é cientificamente inválido. Ou seja, uma criança normal não tem qualquer hipótese de aprender, de modo como a estamos a tentar ensinar. Acha que não é isso? Continue a ler.<br />
Vai descobrir, que o paradigma vigente na nossa Escola falha redondamente: <br />
<ul><li>Ao nível da teoria do desenvolvimento intelectual e social da criança; </li>
<li>Ao nível da teoria de aprendizagem;</li>
<li>Ao nível da teoria de pensamento e conhecimento; </li>
<li>E ao nível do bom senso.</li>
</ul>Para um leitor ocupado:<br />
<ul><li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/08/ensino-escolar-metas-e-medidas.html">Sumário</a> </li>
<li><a href="http://docs.google.com/TeamPresent?docid=dc7vhwhz_0fw6v2f&skipauth=true">Apresentação</a></li>
</ul>Texto completo, recomenda-se uma leitura muito atenta:<br />
<ul><li><a href="http://averomundo-jcm.blogspot.com/2007/06/hannah-arendt-e-crise-no-ensino.html">Introdução histórica: Hannah Arendt e a crise no Ensino (A VER O MUNDO)</a></li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/05/introduo-origem-dos-problemas.html">Introdução: a origem da crise educativa</a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/10/introduo-pessoal-histria-da-descoberta.html">Introdução pessoal: história da descoberta</a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/09/erros-conceptuais-da-escola.html">Erros Conceptuais da Escola</a></li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/ensinar-memorizar.html">Matemática: ensinar a memorizar</a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/ensinar-ler-pelo-mtodo-fontico.html">Português: ensinar a ler pelo método fonético (sintético)</a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2009/03/um-curso-superior-direito-privilegio-ou.html">Um Curso Superior - Direito, Privilégio ou Necessidade? </a></li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/eliminar-o-insucesso-escolar.html">Conclusão: eliminar o insucesso escolar </a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2012/02/metodos-de-avaliacao-e-o-insucesso.html">Métodos de avaliação e o (in)sucesso escolar no Ensino Superior nacional </a></li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.pt/2012/06/diagnostico-do-ensino-superior-12-5-0.html" target="_blank">Diagnóstico do Ensino Superior: 12 + 5 = 2</a> </li>
</ul>Receitas para pais, professores e encarregados de educação: <br />
<ul><li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/05/como-distinguir-um-aluno-que-sabe-ler.html">Como distinguir um aluno que sabe ler, de um aluno - vítima do método global de ensino de leitura</a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/09/factores-de-sucesso-escolar.html">Importância da educação pré escolar no sucesso escolar: um estudo britânico</a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/09/iluminao-artificial-e-insucesso-escolar.html">Iluminação artificial e insucesso escolar</a></li>
</ul>Acontecimentos recentes:<br />
<ul><li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/09/melhorias-no-sucesso-escolar-no-ensino.html">Melhorias no sucesso escolar no ensino secundário no ano lectivo 2006-2007: fraude educativa generalizada</a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/11/melhorias-recentes-das-notas-dos-exames.html">Melhorias recentes das notas dos exames nacionais e o Insucesso Escolar</a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2009/03/exames-nacionalis-antes-e-depois-2005.html">Quer saber a sua nota real? Exames nacionais antes e depois de 2005</a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2011/03/geracao-rasca-nossa-culpa.html">2011: Geração à Rasca</a></li>
</ul>Circunstâncias agravantes da crise educativa:<br />
<ul><li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/09/qualidade-de-manuais-escolares-e-sua.html">Qualidade fraca dos manuais escolares</a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/10/perentagem-significativa-de-professores.html">Percentagem significativa de professores incompetentes</a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/12/fraldas-chupetas-infantilizao-da.html">Fraldas, Chupetas, Infantilização da Juventude e Insucesso Escolar</a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/01/concepo-alcoolizada-e-insucesso-escolar.html">Concepção Alcoolizada e Insucesso Escolar</a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/01/disciplina-stress-e-aprendizagem.html">Disciplina, Stress e Aprendizagem</a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/02/brincadeira-desenvolvimento-cerebral-e.html">Jogos na Sala de Aula, Desenvolvimento Cerebral e Insucesso Escolar</a></li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/05/telemveis-e-insucesso-escolar.html">Telemóveis e Insucesso Escolar</a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2009/07/uso-da-mao-esquerda-na-escrita-e-o.html">Uso da mão esquerda na escrita e Insucesso Escolar</a></li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/02/computadores-calculadoras-meios-tcnicos.html">Computadores, Calculadoras, Meios Técnicos e Insucesso Escolar</a> </li>
<li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/02/contradies-no-sistema-de-ensino-bolonha.html">Contradições no Sistema de Ensino: Bolonha contra a Escola Secundária</a></li>
</ul>Partial translation into English:<br />
<ul><li><a href="http://school-in-europe.blogspot.com/">School in Europe | Targets and Measures</a></li>
</ul>Leia e divulgue:<br />
<br />
<a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/06/carta-aberta-ao-pas.html">Carta aberta ao País</a> <br />
<br />
A sua assinatura é fundamental:<br />
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<a href="http://www.mudarportugal.org/blog/">Mudar Portugal - Movimento Mérito e Sociedade</a>José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-25564904272167418352012-06-18T21:31:00.017+01:002012-07-25T11:58:57.545+01:00Diagnóstico do Ensino Superior: 12 + 5 = 2Recentemente fiquei a conhecer alguns resultados do projecto PMAT, com o qual a Sociedade Portuguesa de Matemática avaliou o grau de preparação em Matemática que a nossa Escola proporciona aos alunos que entram no Ensino Superior. A respectiva comunicação foi feita no âmbito do Workshop sobre qualidade no ensino superior, que decorreu na Universidade do Algarve, entre 20 e 24 de Fevereiro de 2012, com financiamento do projecto DEQUE/TEMPUS, e foi apresentada pela <a href="http://www.fct.ualg.pt/ficha_docente?login=mpires" rel="nofollow" target="_blank">Prof. Marília Pires</a>. <br />
<br />
O sumário destes resultados está apresentado nos dois slides da minha palestra:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0pYZD878cpZUmtgNnV1K7ykHsBApC-O2GBHZ4eoLdHnGa2Oo7GGmTYLDpDsDSAvMttanEFZsqyPc7Yh8RtHABfkPJbE89sw2Hh19NDVqT_3lCWCvWPiIvyJ2QJ8p2IFGhhXVyNJ7gehw/s1600/Diapositivo1.PNG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0pYZD878cpZUmtgNnV1K7ykHsBApC-O2GBHZ4eoLdHnGa2Oo7GGmTYLDpDsDSAvMttanEFZsqyPc7Yh8RtHABfkPJbE89sw2Hh19NDVqT_3lCWCvWPiIvyJ2QJ8p2IFGhhXVyNJ7gehw/s320/Diapositivo1.PNG" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA_KAS5XDsVrFcuK9lPRfefTwMssVZPpIYtKjua-8aqTyjeVtgFi5LUrRXRNI2OqIObPXKeqYSMFY_wt1nctAH-1u84ANU1YQBXhj92ZiRYjOFmMxCmdtmVOS1B6NL7A7eUn8rk3CZ8TA/s1600/Diapositivo2.PNG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA_KAS5XDsVrFcuK9lPRfefTwMssVZPpIYtKjua-8aqTyjeVtgFi5LUrRXRNI2OqIObPXKeqYSMFY_wt1nctAH-1u84ANU1YQBXhj92ZiRYjOFmMxCmdtmVOS1B6NL7A7eUn8rk3CZ8TA/s320/Diapositivo2.PNG" width="320" /></a></div><br />
Com efeito, os investigadores confirmaram uma ausência de conhecimentos memorizados, de forma permanente e reutilizável, de matéria do <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.pt/2007/04/ensinar-memorizar.html" rel="nofollow" target="_blank">currículo escolar em Matemática</a>, mesmo nos alunos que entraram no IST com as médias próximas aos 16 valores, e estudarão várias disciplinas de matemática no seu currículo universitário. É de notar que nas entrevistas os alunos referiram que em Setembro já não se lembravam de nada do que estudaram para os exames nacionais em Junho, e na altura da repetição do teste, no fim do 1º semestre, não se aperceberam que estão a fazer exactamente o mesmo teste, com as mesmas perguntas.<br />
<br />
Esta é uma consequência necessária e inevitável do paradigma do "<a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.pt/2008/09/erros-conceptuais-da-escola.html" rel="nofollow" target="_blank">pensamento crítico, criativo e independente</a>", realizado na Escola por via de rejeição da memorização, e do uso e desenvolvimento da memorização associativa no ensino. <br />
<br />
Irei então discutir os seguintes pontos:<br />
<ol><li>Como conseguiram estes alunos obter boas notas na Escola, e passar nos exames nacionais?</li>
<li>Como conseguem estudar na Universidade?</li>
<li>O que pode ser feito para melhorar os resultados de aprendizagem?</li>
</ol>Os primeiros dois pontos têm a mesma resposta. Como na Escola não se exige decorar nada, uma vasta maioria dos alunos não consegue usar a sua memoria permanente associativa - pois são necessários conhecimentos, anteriormente já memorizados, com os quais estas associações podem se estabelecidas. Além disso, o hábito de "estudar para o teste" faz com que o aluno não estuda sistematicamente, o que mais uma vez impede que os conhecimentos sejam assimilados de forma permanente. Isso, porque a memorização permanente entra em jogo apenas quando a pessoa depara com as mesmas informações repetidamente, várias vezes, em circunstâncias de preferência diferentes, e dentro de um intervalo de tempo relativamente curto, que não ultrapassa 2 semanas. Então o recurso que os alunos conseguem mobilizar - é o da memorização temporária, volátil e de pouca capacidade. Como não conseguem memorizar nada de forma permanente, também não conseguem perceber as matérias curriculares, nem as relacionar com as outras componentes curriculares. Assim, acabam por decorar, sem perceber, páginas e páginas dos seus livros, reproduzindo como respostas os parágrafos onde aparecem as mesmas palavras que leram no enunciado ... Esquecem tudo, dentro de poucas semanas, e estudam de tábua rasa para cada teste. Naturalmente, continuam a fazer na Universidade o que aprenderam na Escola, ou seja, "estudar para os testes", e podem fazer isso, já que nas Universidades também praticam os testes de frequência.<br />
<br />
A resposta ao terceiro ponto é óbvia: fazer com que os estudantes trabalhassem durante o semestre inteiro, e não apenas "para o teste". As avaliações por frequência devem ser proibidas, para não perturbar o processo de ensino/aprendizagem - servem para avaliação as épocas do exame. A segunda razão de as proibir - é precisamente para avaliar os conhecimentos assimilados de forma permanente, e não apenas o conteúdo da memória temporária. Não deve ser admitida avaliação por trabalhos/apresentações, pois estes não avaliam os conhecimentos, avaliam as capacidades de apresentação, interacção com auditório - estes também são importantes, mas não dizem respeito a nenhuma disciplina curricular específica, e não podem entrar na avaliação da mesma. Podemos exigir que o aluno faça uma apresentação, como condição de acesso ao exame, mas sem dar pelo respectivo trabalho qualquer parte da nota final.<br />
<br />
Na situação corrente, os esforço feito pelo aluno durante 17 anos de estudos, numa vasta maioria dos casos, tem resultados nulos, em termos de conhecimentos assimilados, de forma permanente e reutilizável, numa vasta maioria dos casos. Será que esse foi o nosso objectivo?<br />
<br />
Em nome de objectividade, devemos recordar que a ênfase do sistema de ensino ficou deslocado, propósito e deliberadamente, para as competências e capacidades, em detrimento dos conhecimentos. Entretanto, na matemática, línguas e ciências naturais as competências sem conhecimentos não trazem qualquer benefício, ficando mal servidos tanto os próprios estudantes como a sociedade em geral. Daí o título: depois de 17 anos de estudos, um estudante médio não consegue assimilar os conhecimentos e competências que antigamente se adquiriam na escola primária. <br />
<br />
<br />
<ol></ol>Igor Khmelinskiihttp://www.blogger.com/profile/18352534067660168179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-14027458298279576272012-02-23T17:56:00.000+00:002012-05-07T14:41:18.171+01:00Métodos de avaliação e o (in)sucesso escolar no Ensino Supeior Nacional<span>Igor Khmelinskii, FCT, DQF, Universidade do Algarve<br /></span>
<br />
<br />
<b>A Universidade recebe alunos ignorados pela Escola</b><br />
<br />
O maior defeito do ensino escolar é a recusa consciente e oficial da Escola do uso da memorização como instrumento de aprendizagem, e a recusa de se empenhar no desenvolvimento das capacidades de memorização do aluno. Um dos resultados deste paradigma é o insucesso escolar massificado dos alunos cujas capacidades de memorização a longo prazo (MPA – memorização permanente associativa, aquela que necessitamos para acumular os conhecimentos) são inicialmente baixas. Estes alunos precisam de melhorias radicais neste aspecto, desde o 1º ano da escola primária, mas não recebem nisso qualquer ajuda da Escola. A existência do problema foi disfarçada pelo ME há uns anos, baixando a fasquia de aprovação nos exames nacionais de matemática e português, de modo a aprovar os alunos quase todos. Assim, hoje em dia os alunos cujos conhecimentos valem 5 valores recebem uma nota de 10 nos exames nacionais, e entram na Universidade.<br />
<br />
<b>Avaliação continua – por testes, trabalhos de grupo, relatórios </b><br />
<br />
Os trabalhos de grupo e os relatórios não avaliam conhecimentos, avaliam sim trabalho (tempo despendido) e o empenho. A avaliação por testes de frequência, a forma preferida tanto dos alunos como dos professores, em alunos fracos apenas avalia a capacidade de memorização de curto prazo (MCP; pois não chegaram a desenvolver a MPA, e por isso é que são fracos) – durante uma semana, o aluno consegue ler (e até decorar!) um ou dois capítulos, e depois durante o teste (com ajuda da exposição da própria pergunta, ou das várias versões de resposta, nas perguntas de resposta múltipla) conseguem lembrar o suficiente para passar no teste, esquecendo tudo completamente durante a semana seguinte (embora se questionados se chegaram a estudar uma certa matéria, são capazes de dizer que sim, recordando os títulos). É óbvio que feita uma média dos testes com os relatórios e trabalhos de grupo, consegue-se deduzir uma nota final até francamente positiva – mas que não corresponde aos conhecimentos do aluno.<br />
<br />
<b>Avaliação por exame</b><br />
<br />
A avaliação por exame avalia tanto os conhecimentos armazenados por via da MPA, como – nos dias da preparação para o exame – por via da MCP. É óbvio que os alunos fracos não conseguem passar no exame, pois com o hábito de estudar para o teste, tentam fazer o mesmo que fazem para o teste – ou seja, conseguir passar, estudando apenas durante uma semana. Ora existe o semestre inteiro para os estudos, e o que se consegue fazer num semestre inteiro, humanamente não é possível fazer numa semana. Além disso, a capacidade de armazenamento de mecanismo MCP é bastante limitada, não cabendo ai a matéria de uma disciplina inteira, ao contrário do mecanismo MPA, que tem capacidade praticamente ilimitada. <br />
<br />
<br />
<b>Conclusões e recomendações</b><br />
<br />
A avaliação por testes de frequência, trabalhos de grupo e relatórios, principalmente dos alunos fracos e sem capacidade de concentração, engana tanto os docentes, como os alunos, pois aprovam-se alunos fracos e sem conhecimentos, mas ficam todos a pensar que fizeram um bom trabalho, enquanto a realidade é muito diferente. <br />
<br />
Assim, recomenda-se avaliar os alunos por exame. Além de mais, a ausência de frequências durante o semestre facilita o esforço continuado e empenhado, não obrigando os alunos de deixarem a estudar para “se prepararem para uma frequência”. Devemos estimular o desenvolvimento da MPA em alunos, incentivando-os de fazer apontamentos, estudar regularmente os livros, fazer trabalhos de casa e trazer as dúvidas para as aulas, etc. Quem pretende avaliar por testes de frequência, deve fazer testes surpresa, ou mini testes todos os dias, para impossibilitar uma preparação especial que inviabiliza a continuidade do trabalho sistemático do aluno durante o semestre. <br />
<br />
<b>Referência</b><br />
<br />
1. <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/">I. Khmelinskii, Educação em Portugal</a>Igor Khmelinskiihttp://www.blogger.com/profile/18352534067660168179noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-50124647843130972282011-03-19T12:23:00.001+00:002011-03-19T12:28:59.269+00:00Geração à Rasca - A Nossa CulpaA propósito do texto "Geração à Rasca - A Nossa Culpa", divulgado por email e em <a href="http://assobiorebelde.blogspot.com/2011/03/geracao-rasca-nossa-culpa.html">vários blogues</a>, sem indicação da autoria:<br /><br />1. A educação escolar, desde início dos anos 90, foi completamente repensada, encontrando-se estruturada pelo princípio de "pensamento crítico, independente e criativo", erradamente veiculado pela abdicação de desenvolvimento da memória e da memorização associativa. Consequência: ausência de capacidade de pensamento crítico, na grande maioria dos alunos, pois a ausência de conhecimentos memorizados impede todo e qualquer pensamento independente. O falhanço da escola agrava-se pelo método global/visual no ensino de leitura: aplicado rigorosamente, produz pessoas com vocabulário extremamente limitado, e sem capacidade de o alargar. <br /><br />2. O desenvolvimento social e pessoal dos alunos está a ser governado pela cultivação de uma auto-estima elevada, abdicando da valorização do trabalho e do esforço, embora apenas estes podem conduzir aos resultados de estudos que sejam relevantes para a vida real.<br /><br />3. Os jovens defraudados pela escola, na suas expectativas de terem obtido competências socialmente relevantes, e pela família e sociedade, os quais encontram-se igualmente desorientados pelo conceito vigente do sistema escolar, tornaram-se um meio conveniente maleável que pode ser convencido em aceitar toda a espécie de políticas totalitárias e misantrópicas.<br /><br />4. Esta vulnerabilidade já está a ser plenamente aproveitada - basta mencionar as fraudes mediáticas mais importantes, criadas no mundo virtual dos média pelos políticos e cientistas: <a href="http://clima-virtual-vs-real.blogspot.com/">Aquecimento Global Antropogénico</a>, Camada do Ozono, <a href="http://clima-virtual-vs-real.blogspot.com/">Combustíveis Verdes</a> e <a href="http://politica-realidade-virtual.blogspot.com/2009/07/gripe-media-oms-governos-e.html">Gripe A</a>. Razões? Dinheiro. Vidas humanas - quem quer saber?<br /><br />.Igor Khmelinskiihttp://www.blogger.com/profile/18352534067660168179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-36605321802573418042009-07-25T18:11:00.014+01:002009-07-25T19:42:01.692+01:00Uso da mão esquerda na escrita e o Insucesso EscolarOs humanos, como todos os seres vivos, normalmente têm hemisférios cerebrais especializados nas suas funções, o que confere vantagens importantes ao indivíduo, sendo o cérebro desta maneira capaz de atender em simultâneo a várias tarefas, de <a href="http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=evolutionary-origins-of-your-right-and-left-brain">natureza completamente diferente [1]</a>. Juntamente com outras tarefas, a tarefa de escrita é normalmente desempenhada por um dos hemisférios, mais frequêntemente pelo hemisfério esquerdo, e como este controla a mão direita, a maioria das pessoas usa a mão direita na escrita.<br /><br />Ora, a falta na especialização de hemisférios, que se manifesta, entre outras coisas, no uso de ambos as mãos para escrita, provoca atrasos no desenvolvimento da criança e <a href="http://www.anythingleft-handed.co.uk/left-handers-tests.html">dificuldades na aprendizagem [2]</a>.<br /><br />Ainda, as crianças que usam a mão esquerda para escrever, tipicamente não recebem apoios suficientes dos seus professores, <a href="http://www.lefthandedchildren.org/press-release-survey.htm">imprescindíveis para a sua aprendizagem [3]</a>. Sem estes apoios, as crianças não sabem usar as técnicas correctas de escrever com a mão esquerda, nem adoptar uma postura correcta e posicionar correctamente a folha de papel. Além disso, estas crianças beneficiariam de material escolar <a href="http://www.anythingleft-handed.co.uk/acatalog/childrens_products.html">adaptado para o uso com a mão esquerda</a>: tesouras, réguas, apara-lápis, manuais de escrita ...<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Referências</span><br />1. <a href="http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=evolutionary-origins-of-your-right-and-left-brain">Evolutionary Origins of Your Right and Left Brain</a>, Peter F. MacNeilage, Lesley J. Rogers and Giorgio Vallortigara, Scientific American Magazine, July 2009.<br />2. <a href="http://www.anythingleft-handed.co.uk/left-handers-tests.html">Left Handers And School Tests</a>. <br />3, <a href="http://www.lefthandedchildren.org/press-release-survey.htm">Left Handed Children Failed by Teachers</a>, Lauren Milsom – Left-Handers Club.José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-79427187816757001652009-04-30T12:47:00.009+01:002009-05-04T21:47:03.064+01:00Jogos na Sala de Aula, Desenvolvimento Cerebral e Insucesso Escolar<blockquote>No <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/01/disciplina-stress-e-aprendizagem.html">capítulo anterior</a>, concluímos que brincadeiras e jogos não conseguem motivar os estudos; será que devem ser utilizados como método de ensino, como estão a ser correntemente?</blockquote><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" ><a name="part_1">Jogar ou esforçar-se?<br /></a></span><br />No espírito do paradigma vigente, o <span style="font-style: italic;">jogo </span><span>como método de ensino</span> veio substituir a maioria dos outros métodos e técnicas, principalmente na escola primária. Ora, o cérebro não se desenvolve sem o exercício proporcionado pela aprendizagem esforçada, como mostram os estudos neurobiológicos <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/02/brincadeira-desenvolvimento-cerebral-e.html#ref_1">[1]</a>.<br /><br />Os investigadores descobriram que os novos neurónios nascem constantemente no <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipocampo">hipocampo</a>, os quais apenas sobrevivem se o indivíduo for sujeito à necessidade de aprender a fazer alguma tarefa desconhecida e difícil, confirmando a sabedoria popular que o cérebro só se desenvolve se for sujeito ao exercício. Na ausência de tarefas difíceis, os neurónios recém-nascidos nesta estrutura cerebral, que se formam tanto em crianças como em adultos, durante toda a vida, morrem e desaparecem, por não terem adquirido qualquer função útil.<br /><br />Deste modo, a aposta na aprendizagem sem esforço está destinada ao fracasso inevitável, pois impede o desenvolvimento cerebral adequado e oportuno, dificultando a aprendizagem e potenciando o insucesso escolar, por perda de motivação e consequente falta de empenho do aluno. Os alunos sujeitos a estas "experiências educativas" sofrem atrasos no seu desenvolvimento intelectual, nomeadamente no que diz respeito à capacidade de memorização, pensamento associativo e lógico, e capacidade de concentração. Naturalmente, estes alunos têm dificuldades inultrapassáveis na aquisição de competências <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/02/brincadeira-desenvolvimento-cerebral-e.html#ref_2">[2]</a> que lhes são transmitidas no processo de aprendizagem.<br /><br /><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Tudo no seu tempo<br /></span><br />Outros estudos neubiológicos confirmaram mais uma opinião da sabedoria popular: cada coisa deve ser feita na altura própria. Os investigadores estudaram a formação de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mielina">mielina</a>, substância branca que envolta e isola as fibras nervosas no cérebro. Estes estudos confirmam a existência de fases distintos de desenvolvimento cerebral, nas quais se formam vias de ligação entre neurónios, primeiro nas zonas necessárias nas funções mais antigas e mais fundamentais, tais como visão, que se formam antes de 4 anos de idade, depois nas zonas necessárias às ligações familiares, tais como a linguagem, e nas etapas finais - nas zonas necessárias nas interacções sociais, tais como as responsáveis pelo auto-controlo - estas tipicamente acabam a sua formação na idade de 20 anos <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/02/brincadeira-desenvolvimento-cerebral-e.html#ref_3">[3]</a>.<br /><br />As conclusões que podemos tirar destes estudos, com implicações educativas, são os seguintes:<br /><ul><li>Os alunos que não conseguiram adquirir certas competências na altura certa do seu desenvolvimento terão muitas mais dificuldades de as adquirir mais tarde, pois o seu cérebro já não terá capacidade de se moldar facilmente para as acomodar, depois de acabada a construção das respectivas zonas.</li><li>É melhor começar a trabalhar o cérebro mais cedo, de que mais tarde - por exemplo, os cientistas notaram que as zonas necessárias para tocar piano se desenvolvem mais em pianistas que começaram a estudar seriamente antes de atingirem 11 anos de idade.</li><li>Aprendizagem <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/02/brincadeira-desenvolvimento-cerebral-e.html#part_1">difícil</a> estimula a mielinação, acelerando e reforçando o desenvolvimento cerebral, que deste modo chega aos níveis mais elevados e mais rapidamente.</li><li>As insuficiências na mielinação nas crianças com grande falta de atenção familiar ou social são traduzidas na redução do seu <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Quociente_de_intelig%C3%AAncia">Quociente de Inteligência (Q.I.)</a>.</li></ul> <span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Referências</span><br /><br /><a name="ref_1">1.</a> "Saving new brain cells", T. J. Shors, Scientific American, March 2009, pp. 41-48.<br />O mesmo artigo encontra-se disponível na Internet: "<a href="http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=saving-new-brain-cells">Saving new brain cells</a>".<br /><a name="ref_2">2.</a> Aquisição de competências forma a base do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Bolonha">Sistema de Bolonha</a>.<br /><a name="ref_3">3.</a> "White matter matters", R. D. Fields, Scientific American, March 2008, pp. 42-49.<br />O mesmo artigo encontra-se parcialmente disponível na Internet: "<a href="http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=white-matter-matters">White matter matters</a>".José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-30345831365174947532009-03-26T00:50:00.063+00:002009-03-28T13:55:15.214+00:00Um Curso Superior - Direito, Privilégio ou Necessidade?A massificação do sistema de ensino, feita há cerca de 30 anos, com multiplicação das escolas do ensino secundário e das universidades, proporciona o acesso ao ensino a todos que queiram estudar. Esta medida foi considerada uma das medidas-chave no caminho da nossa sociedade para a modernidade e progresso.<br /><br />Entretanto, passados 30 anos, todos reconhecem que o sistema de ensino se encontra num estado péssimo. As razões para isso, no que diz respeito à Escola, já foram abordados nos artigos anteriores [<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=145140909731063246&postID=3034583136517494753#Referencias">1-3</a>]. Agora vamos analisar os resultados na parte final do sistema de ensino, ou seja no Ensino Superior.<br /><br /><span style=";font-family:arial;font-size:130%;" ><span style="font-weight: bold;">Competitividade na entrada para o ensino superior </span></span><br /><br />A competitividade na entrada existe, embora apenas para certos cursos de maior prestígio social, por exemplo medicina e para outros, com prestígio social mais moderado, mas ministrados pelas universidades de maior prestígio. Para muitos outros cursos a competitividade é efectivamente inexistente visto que são admitidos alunos com média escolar pouco superior a 9,5 valores, cujo nível objectivo de conhecimentos corresponde a 6 ou 7 valores [<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=145140909731063246&postID=3034583136517494753#Referencias">4</a>], ou seja, são admitidos pessoas com demonstrada incapacidade para estudar. Saliente-se que na grande maioria dos casos a culpa dos resultados fracos não é atribuível ao aluno, mas sim ao sistema escolar incompetente [<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=145140909731063246&postID=3034583136517494753#Referencias">1</a>].<br /><br /><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" ><span style="font-family:arial;">Incompetência do estudante e desvirtuação do ensino superior</span></span><br /><br />Deparando com a falta de estudantes competentes em muitos cursos, conjugada com a falta de competitividade nas entradas, provocada tanto pelas razões de ordem demográfica como pela degradação avançada do sistema escolar, as universidades têm que ensinar estudantes manifestamente incompetentes, sem conhecimentos básicos de Português e Matemática, sem capacidade de memorização e de raciocínio e sem capacidade de aprender [<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=145140909731063246&postID=3034583136517494753#Referencias">1-3</a>].<br /><br />Estes estudantes são avaliados, mas, na falta de conhecimentos que não conseguem adquirir, são avaliados em algo diferente, de mesmo modo que os alunos da escola secundária nos exames nacionais [<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=145140909731063246&postID=3034583136517494753#Referencias">4</a>]. Usa-se, por exemplo, avaliação por <span style="font-style: italic;">trabalhos </span>em vez dos exames. Este recurso é muito usado pelos professores e resulta da falta de capacidade para a aprendizagem por parte dos alunos. Muitos vezes estes trabalhos são elaborados pelos estudantes por cópia directa dos trabalhos feitos por outros, disponíveis na Internet, sem que o estudante percebesse a matéria ou aprendesse a usar os conhecimentos expostos nestes trabalhos. Além de práticas educativas moralmente condenáveis, este tipo de ensino superior cria "<span style="font-style: italic;">especialistas</span>" incompetentes, sendo por isso um desperdício de recursos públicos.<br /><br />Além de uma avaliação que desloca o foco de conhecimentos e competências específicos das disciplinas para os conhecimentos e competências gerais, tais como fazer pesquisas na Internet e preparar trabalhos bem formatados a partir desta informação, o ensino de estudantes incompetentes numa universidade implica a degradação dos outros componentes do processo de ensino. Nomeadamente, numa turma fraca não se conseguem resolver tantos exercícios nas aulas teórico-práticas nem se conseguem dar trabalhos para casa contendo exercícios em número razoável e de dificuldade suficiente, já que os estudantes são incapazes fazer mesmo as coisas mais simples. Para essas, deviam bastar as competências supostamente já adquiridas pelos estudantes ainda durante o ensino secundário, mas que adquiridos nunca foram, por ter sido aplicada na Escola uma avaliação tão disparatada e fraudulenta como a da Universidade.<br /><br /><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" ><span style="font-family:arial;">Curso superior como necessidade social </span></span><br /><br />Sendo a formação superior um pré-requisito de muitas profissões, tornando-se uma necessidade quase universal na sociedade moderna, sendo esta formação custeada pela nossa sociedade, ela deve ser rentável, no sentido de produzir quadros de qualidade e num espaço de tempo razoável. Não se deve tornar num negócio, mas também não pode continuar a desperdiçar o financiamento público, levando 50% recursos a mais para formar quadros de qualidade apenas medíocre. Para isso as universidades devem subir a média mínima de entrada, até pelos menos 12,0 valores, o que ia reproduzir a situação existente antes de 2005 [<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=145140909731063246&postID=3034583136517494753#Referencias">4</a>], ou ainda mais, passando a não admitir estudantes que não tenham demonstrado capacidade de estudar.<br /><br /><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" ><span style="font-family:arial;">Medidas propostas</span></span><br /><br />A curto prazo: subir as médias mínimas de entrada, até 12,0 valores ou mais [<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=145140909731063246&postID=3034583136517494753#Referencias">4</a>].<br />A médio prazo: repor a validade científica e pedagógica no ensino escolar [<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=145140909731063246&postID=3034583136517494753#Referencias">1-3</a>].<br /><br /><span style="font-weight: bold;font-family:arial;font-size:130%;" ><a name="Referencias">Referências</a> </span><br /><br />1. <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/09/erros-conceptuais-da-escola.html">Erros Conceptuais da Escola</a><br />2. <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/ensinar-memorizar.html">Matemática: Ensinar a Memorizar</a><br />3. <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/ensinar-ler-pelo-mtodo-fontico.html">Ensinar a ler pelo método fonético (sintético)</a><br />4. <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2009/03/exames-nacionalis-antes-e-depois-2005.html">Exames Nacionais antes e depois de 2005</a>José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-81252308149982119572009-03-25T12:45:00.035+00:002012-09-14T11:02:57.344+01:00Exames Nacionais antes e depois de 2005<br />
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Os alunos finalistas que fizeram exames nacionais após 2005 ficaram beneficiados, em termos de notas, pela reestruturação dos exames ordenada pelo Ministério de Educação. Esta reestruturação substituiu parcialmente a avaliação dos conhecimentos específicos das disciplinas pela avaliação dos conhecimentos não-específicos, que pertencem ao domínio do bom senso e da experiência diária. Introduzidos gradualmente nos anos 2006 a 2008, estes ajustes estruturais fizeram, entre outras coisas, com que as notas médias dos exames nacionais em Matemática e Português subissem de 7,0 para 12,5 valores, enquanto a taxa de aprovação subia igualmente de 30% para 90%, deixando contentes quer os alunos quer os pais, mas, em primeiro lugar, o Ministério de Educação.<br />
<br />
Infelizmente, esta subida administrativa de notas fez com que os alunos que antes ficavam fora do ensino superior, por terem a nota média inferior a 9,5 valores, mínimo exigido pelas universidades, pudessem entrar agora sem que o seu nível de conhecimentos tivesse melhorado relativamente a 2005.<br />
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Para as pessoas perceberem, deixamos aqui um gráfico que permite comparar as notas obtidas na avaliação de conhecimentos antes (<span style="font-weight: bold;">Avaliação de conhecimentos</span>) e depois de 2005 (<span style="font-weight: bold;">Nota do exame</span>). Podemos confirmar facilmente que os mais beneficiados foram os alunos com menos conhecimentos. Por exemplo, para obter uma nota de 9,5 valores e entrar num curso superior, basta ter agora os conhecimentos específicos da respectiva disciplina avaliados em <span style="font-weight: bold;">2,5</span> (!!!) valores. Assim não nos surpreende a existência de alunos que levam mais de 10 anos para acabar um curso superior com médias finais muito fracas. Por outro lado, para manter os padrões de conhecimento iguais aos que existiram antes de 2005, deviam as universidades aumentar as notas mínimas de entrada, de 9,5 para 14 valores, como mostram as setas no gráfico.<br />
<br />
Assim, consideramos que a actuação do Ministério da Educação é contrária à própria natureza da educação.<br />
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<b>Acrescentado posteriormente</b><br />
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A diferença entre as notas de avaliação contínua e as notas de avaliação por exame, que o ME corrigiu em 2005, surgiu porque na avaliação contínua o aluno melhor aproveita a sua memória de custo prazo. De facto, a memória de curto prazo é o único recurso da esmagadora maioria dos alunos, pois não estão a ser ensinados nem incentivados para usarem a sua memória de longo prazo, conforme explicado <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.pt/2012/06/diagnostico-do-ensino-superior-12-5-0.html" target="_blank">neste post</a>. <br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdxHdblqhQaC_fAeQJ3lMCsoSU1x6QyN5BQWOaEM5aoXnCiei5GPkAhZg4IZshwqkaSOPYPY_2ed8SafTT1JFuh3crNKU9OgRDBngHssZtHBZmWgjq3PVZa_KktThFFyYuQsidYUdksQJg/s1600-h/Figura_2.png" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5328787441493982258" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdxHdblqhQaC_fAeQJ3lMCsoSU1x6QyN5BQWOaEM5aoXnCiei5GPkAhZg4IZshwqkaSOPYPY_2ed8SafTT1JFuh3crNKU9OgRDBngHssZtHBZmWgjq3PVZa_KktThFFyYuQsidYUdksQJg/s400/Figura_2.png" style="cursor: pointer; height: 244px; width: 400px;" /></a>José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-84894140952210778652008-11-12T10:32:00.017+00:002009-04-26T01:45:19.085+01:00Melhorias Recentes das Notas dos Exames Nacionais e o Insucesso Escolar<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPmjdvNNE7EE6aOIOVv6XAelo9Cd-rryaDvG5P37DVjAraMMJxIZToUosa3cKBYn3JKxqH5kdpWf2_H82qBZWvPejflQmVh8mHiIqZypbMzkEs1iQYkKFmx8cd7_lCyq5uu1hPCCQxTari/s1600-h/Figura_1.png"><img style="cursor: pointer; width: 400px; height: 226px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPmjdvNNE7EE6aOIOVv6XAelo9Cd-rryaDvG5P37DVjAraMMJxIZToUosa3cKBYn3JKxqH5kdpWf2_H82qBZWvPejflQmVh8mHiIqZypbMzkEs1iQYkKFmx8cd7_lCyq5uu1hPCCQxTari/s400/Figura_1.png" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5328790397106660178" border="0" /></a><br /><span style="font-size:85%;">Fig. 1. Competências-chave são as competências em línguas e matemática. </span><br /><br />Há cerca de dois anos desenhamos o gráfico da Fig. 1, que não publicamos, por falta de provas concretas. Graças às alterações efectuadas pelo Ministério da Educação nas provas dos exames nacionais nos últimos 2 ou 3 anos, que resultaram nas melhorias das notas médias em Matemática e Português, de 7 para 12 valores e na redução de reprovações de 60-70% para uns meros 10%, temos agora uma prova concreta daquilo que o gráfico afirma: um aluno médio que acaba a escola secundária não atinge os mínimos de competência exigíveis na escola primária.<br /><br />Essa opinião foi confirmada pelos especialistas <a href="http://matexpress.wordpress.com/2008/07/07/resultados-dos-exames-nacionais-de-matematica-do-ensino-secundario/">[1]</a>, que notam uma redução muito significativa nos níveis de conhecimento exigidos nos enunciados das provas de avaliação. Isso mostra que foi necessário baixar muito a fasquia para permitir a passagem da maioria dos alunos, constatada no último ano.<br /><br /><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Referência:<br /></span>1. <a href="http://matexpress.wordpress.com/2008/07/07/resultados-dos-exames-nacionais-de-matematica-do-ensino-secundario/">Opinião da Sociedade Portuguesa de Matemática</a>José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-77967506329408818132008-09-22T19:11:00.118+01:002010-10-01T11:03:07.171+01:00Erros Conceptuais da Escola<blockquote>As sucessivas reformas que "liberalizaram" a educação há 30 anos baseiam-se, implicitamente, em várias noções falsas sobre o desenvolvimento intelectual da criança e dos mecanismos da actividade cerebral, memória, pensamento, motivação e aprendizagem. Estes erros crassos esventraram o processo educativo, tornando-o numa perda de tempo para a grande maioria (cerca de 80%) dos alunos.</blockquote><span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">Conceito de possibilidade de aceleração do desenvolvimento intelectual do aluno </span></span><br /><br />A insistência da Escola reformada no desenvolvimento do pensamento crítico, criativo e independente (PCC&I), desde o 1º ano do 1º Ciclo do Ensino Básico, implica o reconhecimento que é possível desenvolver o PCC&I em crianças com 6-9 anos de idade. Ora isso é falso, pois sabemos da nossa experiência pessoal que o PCC&I surge na puberdade, e não antes. Isso faz claramente todo o sentido do ponto de vista biológico - só nesta altura o ser humano se torna fisicamente capaz de constituir família própria. De facto, e contrariamente aos conceitos de desenvolvimento intelectual da criança, adoptados implicitamente pela Escola, as crianças com 6-9 anos têm perfeitas as capacidades de memorização e de imitação (M&I), o que também faz sentido biologicamente - nesta idade, uma criança muito dificilmente saberá sobreviver sozinha, precisa de todas as ajudas, inclusivamente, das informações transmitidas pelos adultos, consciente ou inconscientemente.<br /><br />Deste modo, insistindo usar e desenvolver nestas crianças as capacidades de PCC&I em vez das capacidades de M&I, o educador tenta fazer uma coisa impossível - usar capacidades fisicamente ausentes, na grande maioria dos casos. A reacção de uma turma até pode aparentar indícios da presença do PCC&I mas, de facto, as crianças fazem apenas aquilo que sabem e são bem capazes de fazer: imitar os adultos, procurando e interpretando chaves e dicas, dadas pelo professor, explicita ou implicitamente, consciente ou inconscientemente. Assim, conseguem fazer uma coisa semelhante aos feitos dos ilusionistas, que conseguem encontrar uma moeda numa sala cheia de pessoas, orientados pelas dicas dadas pelo comportamento dessas mesmas pessoas, mas não lendo os pensamentos. Tanto num caso, como noutro, o resultado aparentemente existe, mas por razões completamente diferentes das alegadas.<br /><br />Este erro conceptual tem consequências gravíssimas no estudo de todas as disciplinas dos currículos do ensino básico e secundário e, em primeiro lugar, nas que exigem o uso de pensamento abstracto, como a <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/ensinar-memorizar.html">Matemática ou a Filosofia</a>.<br /><br />Ora, as capacidades intelectuais dum aluno desenvolvem-se no seu ritmo natural, cada uma a seu tempo, não podendo ser criadas arbitrariamente em qualquer momento, idealizadas pela nossa vontade, na ausência das condições fisiológicas necessárias. Não se deve gastar o tempo e o esforço do professor e do aluno inutilmente, tentando atingir o impossível.<br /><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">Conceito de aprendizagem sem memorização</span></span><br /><br />A Escola reformada eliminou todos os exercícios de memorização de todos os livros do currículo escolar de todos os anos e de todas as disciplinas. Isso foi feito para poder desenvolver o PCC&I da criança, sem o constranger com conhecimentos memorizados. Além da impossibilidade, já discutida, de obter o pretendido PCC&I em crianças da escola primária, esta decisão tem influências muito mais graves pois prejudica todo o desenvolvimento intelectual do aluno.<br /><br />Em primeiro lugar, a falta de exercícios de memorização prejudica gravemente o desenvolvimento normal de capacidades de memorização num aluno médio, que não se desenvolvem sem esses exercícios. De mesmo modo como um desportista não consegue bons resultados sem treinos árduos e prolongados, um aluno não consegue desenvolver as suas capacidades sem árduo trabalho intelectual, por exemplo, perante o desafio de decorar um poema.<br /><br />Como consequência, sem ter desenvolvido devidamente uma capacidade de memorização duradoura, o aluno médio acaba por ter de estudar do zero para toda e qualquer avaliação, pois não se lembra de nada do que lhe foi ensinado anteriormente. Ele não consegue relacionar e conjugar diferentes conhecimentos porque simplesmente não tem nada na cabeça.<br /><br />Por outro lado, existem conhecimentos que devem ser decorados senão perdem toda a sua utilidade, porque não podem ser deduzidos nem da nossa experiência quotidiana nem dos dados disponíveis para resolver o respectivo problema. Um caso destes - o do tsunami indonésio, será discutido noutro capítulo. A falta de conhecimentos memorizados prejudica fatalmente os estudos de disciplinas que exigem pensamento abstracto, criando o insucesso escolar generalizado na Matemática.<br /><br />Como consequência, surge a incapacidade total do aluno típico perante as disciplinas que exigem algum pensamento abstracto, como a Matemática e a Filosofia. Estas disciplinas são baseadas em definições, que têm de ser impreterivelmente memorizadas, senão a pessoa não faz mínima ideia, por exemplo, daquilo que está escrito numa página com fórmulas matemáticas, pois nem se lembra das prioridades das operações aritméticas. Ora, neste caso, como em muitos outros, as regras devem ser decoradas, e não há outra maneira de atingir resultados.<br /><br />Neste contexto, a insistência da Escola em ensinar sem memorização, contando com a capacidade do aluno aprender a deduzir os conhecimentos que lhe podem ser necessários, apresenta-se despropositada e destituída de bom senso - mais uma vez, não se pode exigir que se façam coisas humanamente impossíveis.<br /><span style="font-size:130%;"><br /><span style="font-weight: bold;">Conceito de pensamento baseado na imagem </span></span><br /><br />As tentativas da nossa Escola de ensinar a ler pelo método global (visual) baseiam-se implicitamente na noção que o ser humano constrói o seu pensamento sobre a imagem visual da palavra, em vez da sua imagem sonora, memorizando também as imagens visuais, em vez das sonoras. Para percebermos o disparate desta noção, basta recordar que durante uma maior parte do seu percurso, de dezenas de milhares de anos, o desenvolvimento da civilização humana ocorreu com base na comunicação oral, pois a comunicação escrita surgiu apenas nos últimos 5 ou 6 mil anos. Assim, durante dezenas de milhares de anos todo o conhecimento foi transmitido oralmente, de geração em geração, e memorizado na forma de imagens sonoras das palavras, e nunca de imagens visuais das palavras, por ausência da escrita.<br /><br />Embora as noções concretas podessem ser memorizadas na forma de imagens dos objectos, as noções mais abstractas dificilmente podiam ser representados no cérebro desta maneira, por ausência das respectivas imagens. Alem disso, o número de objectos concretos com que nos deparamos na vida quotidiana é muito inferior ao número de palavras diferentes que podem corresponder ao respectivo objecto (substantivos) ou à respectiva acção (verbos), já que existem bastantes formas gramaticais para cada palavra.<br /><br />Ora nos casos de escrita ideográfica chinesa e japonesa destaca-se tanto o número limitado de imagens, sempre associadas aos respectivos sons, que um aluno precisa de aprender (cerca de 1000 ao nível da escola secundária), como um maior esforço exigido dos respectivos alunos, comparando com os alunos ocidentais.<br /><br />Isso mostra claramente que a capacidade de processar sons e utilizar os seus conjuntos no pensamento surgiu mais cedo na nossa história e, além de ser mais e melhor desenvolvida no nosso cérebro, necessita de um esforço consideravelmente inferior de que a capacidade de processar as imagens.<br /><br />Como consequência do ensino da leitura pelo método visual, os alunos apenas aprendem a reconhecer, visualmente, um número muito limitado de palavras, nunca aprendendo a ler palavras desconhecidas, pois não conseguem construir sílabas a partir de letras, nem palavras a partir de sílabas. A existência deste flagelo pode ser verificada utilizando um simples <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/05/como-distinguir-um-aluno-que-sabe-ler.html">teste de leitura</a>. Estes alunos efectivamente não conseguem compreender o texto, pois saltaram por cima das palavras que desconhecem, sem descobrir o seu significado. O método visual é o maior culpado do insucesso escolar <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/ensinar-ler-pelo-mtodo-fontico.html">generalizado em Português</a>, o que agrava as dificuldades de aprendizagem em todas as outras disciplinas.<br /><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">Conceito de aprendizagem sem esforço nem stress </span></span><br /><br />A Escola aposta na aprendizagem sem esforço ou trabalho sério, evitando provocar qualquer stress ao aluno. Para evitar o stress a qualquer preço, não se exige a disciplina nas aulas nem se exige decorar seja o que for, reduzindo o tempo das aulas às brincadeiras e discussões.<br /><br />Embora os alunos possuam uma curiosidade natural, possuem também uma preguiça natural a qualquer ser vivo, que tenta evitar esforços. A escola devia canalizar esta curiosidade para o processo de aprendizagem, incentivando o aluno a aprender, memorizar e pensar. Por seu lado, o aluno, cujas capacidades intelectuais já se encontram sub-desenvolvidas, pela acção de todo o conjunto dos erros conceptuais, evita a todo o custo qualquer esforço intelectual, muito penoso para ele, preferindo executar tarefas que não o exigem, ou encontrar ocupações alheias ao processo de aprendizagem, quer na sala de aula quer em casa.<br /><br />Fisiologicamente, o stress é uma motivação ainda mais forte para aprendizagem que a curiosidade. Stressado e incomodado, o ser vivo procura aprender de modo a evitar incómodos no futuro. Assim, eliminando do processo de aprendizagem todos os factores que possam de algum modo incomodar o aluno, tais como a disciplina na sala de aula, exigência na sala da aula, exigência para com o aluno, necessidade de saber (de cor, ou seja saber mesmo) alguma coisa, a Escola dificulta o <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2008/01/disciplina-stress-e-aprendizagem.html">processo de aprendizagem da grande maioria dos alunos</a>, que não têm as suas motivações escolares devidamente condicionadas pela família e pela sociedade.<br /><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">Conceito de aprendizagem pela ajuda mútua dos alunos</span></span><br /><br />Os trabalhos de grupo a que os professores recorrem muito, pois estes permitem aos alunos francamente fracos uma melhoria das notas sem qualquer esforço ou empenho, e sem que o professor tenha de avaliar os conhecimentos reais do aluno, baseiam-se na ideia que os alunos fracos conseguem aprender com alunos melhores quando fazem algo em conjunto.<br /><br />Desde o início do século passado, este conceito foi implementado, sem sucesso, em vários países europeus, que dele desistiram, por produzir efeitos indesejáveis. Nomeadamente, em vez de incentivar a aprendizagem dos alunos mais fracos, os quais tipicamente deixam o trabalho (veja o ponto anterior, preguiça natural) aos alunos melhores, que acabam por ser desincentivados. Os alunos melhores têm que trabalhar muito mais, recebendo no final uma avaliação abaixo das expectativas, por razões que passam pela falta de participação dos seus colegas mais fracos, uma avaliação subjectiva do grupo de trabalho pelo professor, que sabe que os alunos mais fracos nunca conseguiriam fazer aquele trabalho sozinhos, e complexidade nas relações com o resto da turma, constituída na maioria por alunos fracos, os quais entretanto pretendem afirmar-se entre os seus pares.<br /><br />A aplicação deste conceito na Escola resulta na subversão do processo educativo, destruindo os seus fundamentos morais, pois permite que os professores passem os alunos sem conhecimentos, por um lado, e por outro lado, degrada a avaliação dos alunos mais fortes.<br /><br /><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Medidas propostas</span><br /><br />Repor a validade científica nos currículos e métodos de ensino usados na Escola, o que se discute em pormenor nos outros capítulos:<br /><ul><li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/ensinar-memorizar.html">Matemática: ensinar a memorizar</a></li><li><a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/ensinar-ler-pelo-mtodo-fontico.html">Português: ensinar a ler pelo método fonético (sintético)</a></li></ul><br /><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Para saber mais<br /><br /></span><a href="http://www.webboom.pt/ficha.asp?id=13511">Enciclopédia da Psicologia Infantil e Juvenil</a> - 3 Volumes (<span style="font-style: italic;">não temos qualquer afiliação à respectiva editora</span>)<br />Opinião do psicólogo: "<a href="http://psicologiaparaque.wordpress.com/2010/09/28/estrutura-e-desenvolvimento-cerebral/">Criatividade sem treino - uma utopia</a>"<br />Blogue: <a href="http://psicologiaparaque.blogspot.com/">Psicologia para todos</a>José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-49141604611127557602008-09-20T12:36:00.017+01:002010-12-28T16:07:18.995+00:00Iluminação Artificial e Insucesso Escolar<span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Lâmpadas fluorescentes e economizadoras</span><br /><br />Na iluminação do local de trabalho do aluno não devem ser usadas as lâmpadas fluorescentes nem as lâmpadas economizadoras, mas sim as lâmpadas incandescentes ou de halogéneo. As lâmpadas fluorescentes e economizadoras, além de poluir o ambiente com mercúrio depois de deitadas fora, têm características que tornam a sua luz nociva aos nossos olhos e ao cérebro.<br /><br />Nomeadamente, estas lâmpadas emitem um espectro de riscas, em vez de um espectro contínuo, semelhante ao da luz do dia e das lâmpadas incandescentes ou de halogéneo. Isso dificulta a percepção das cores, criando um trabalho desnecessário ao cérebro e cansando os olhos, por actuar de modo desequilibrado sobre os cones da retina ocular. Uma outra característica destas lâmpadas, além da produção de efeitos nocivos sobre os olhos e o cérebro, é a variação periódica, no tempo, da intensidade da luz emitida. Embora a frequência destas variações seja bastante elevada (100 Hz), não podendo ser registada conscientemente pelos nossos olhos, os sinais gerados por estas variações chegam ao cérebro na mesma, criando uma falsa sensação de algum movimento, uma vez que são as variações de intensidade que permitem que o cérebro detecte os movimentos dos objectos. Isto gera um fluxo constante de actividade nervosa desnecessária, desgastando o cérebro com sinais contraditórios de presença de movimento - pois a intensidade da luz varia em todos os pontos no nosso campo de visão - e da sua ausência - pois os próprios olhos não precisam de mudar de posição para seguir o alegado movimento.<br /><br />Estas características das lâmpadas fluorescentes e economizadoras produzem cansaço nos olhos, vontade de dormir, dores de cabeça e, como consequência, inevitáveis falhas de concentração e perdas de produtividade no trabalho.<br /><br /><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Monitores e televisões</span><br /><br />Fenómenos muito semelhantes, devidos às mesmas razões, surgem quando uma pessoa trabalha durante muito tempo ao computador, ou vê televisão, pois a luz emitida por ambos, além de ter um espectro descontínuo e ser periodicamente variável, está polarizada. Isso altera as propriedades da luz quanto à reflexão em várias superfícies e quanto à absorção pelos cones e bastonetes da retina ocular, criando mais enigmas para o nosso cérebro resolver. Além de mais, existe nestes casos mais uma fonte de contradição entre o movimento dentro da imagem no ecrã da televisão ou no monitor, e uma aparente ausência de movimento, sinalizada pela falta de movimento dos olhos e do pescoço para acompanhar este movimento, que se traduz em cansaço, dores de cabeça e de pescoço.<br /><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">Medidas</span></span><br /><ol><li>Nunca use lâmpadas fluorescentes ou economizadoras no local de trabalho do aluno.</li><li>Quando trabalha ao computador, coloque uma lâmpada incandescente ou de halogéneo, a iluminar uma parte da parede atrás do monitor, de modo a proporcionar uma iluminação com características naturais, dentro do campo de visão .</li><li>Veja televisão apenas em recintos com alguma iluminação, proporcionada por lâmpadas incandescente ou de halogéneo.</li><li>Nunca instale lâmpadas fluorescentes ou economizadoras nos locais onde pode ler, desenhar, trabalhar ao computador, etc, incluindo as salas de estar e quartos onde as crianças estudam.<br /></li></ol>Os alegados ganhos nos custos de electricidade não compensam as perdas na sua saúde e na dos seus filhos, nem os seus maus resultados na escola.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Saber mais</span><br /><br />Uma <a href="http://clima-virtual-vs-real.blogspot.com/2010/12/lampadas-economizadoras-computadores-e.html">explicação mais aprofundada dos efeitos nocivos</a> das lâmpadas economizadoras - fluorescentes compactas e de LED, e de monitores, que provocam dores de cabeça, cansaço visual e ansiedade em mais de 1/3 da população.José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-61451887041980311252008-09-01T00:21:00.008+01:002008-09-01T17:04:50.754+01:00Factores de sucesso escolarUm estudo publicado por investigadores Ingleses e citado em <a href="http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/education/7586055.stm">BBC News</a> revela uma grande importância no sucesso escolar dos seguintes factores, que vamos apresentar conforme a sua relativa importância:<br /><ul><li>O nível de formação da mãe</li><li>Um bom infantário</li><li>Um bom ambiente de estudo em casa, incluindo jogos com palavras e números<br /></li></ul>O estudo foi liderado por Prof. <a href="http://search.bbc.co.uk/cgi-bin/search/results.pl?q=Edward+Melhuish+Birkbeck+College&x=122&y=14&scope=all&tab=all&recipe=all">Edward Melhuish de <span style="font-style: italic;">Birkbeck College</span></a>, <span style="font-style: italic;">University of London</span>, especialista em desenvolvimento humano.<br /><br />Estes resultados em nada nos surpreendem, ilustrando a nossa profunda convicção de que uma criança precisa de desafios e estímulos para seu bom desenvolvimento intelectual. Desafios estes que faltam e muito no nosso sistema de ensino básico, <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/ensinar-ler-pelo-mtodo-fontico.html">que não ensina a ler</a>, e <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/ensinar-memorizar.html">não desenvolve a memória do aluno</a>, o que resulta no insucesso escolar garantido, na grande maioria dos casos. Acrescentamos que no Reino Unido estão em curso várias iniciativas destinadas ao melhoramento da preparação pré escolar, incluindo o programa governamental <a style="font-style: italic;" href="http://www.standards.dfes.gov.uk/eyfs/">Early Years Foundation Stage</a>.José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-22643602598690378622008-05-29T09:38:00.012+01:002008-05-30T18:48:07.306+01:00Como distinguir um aluno que sabe ler, de um aluno - vítima do método global de ensino de leitura<blockquote>Aos professores da escola primária, que ensinam os seus alunos a ler <span style="font-style: italic;">pelo método global</span>.</blockquote>Devemos distinguir entre uma <span style="font-style: italic;">verdadeira capacidade de ler</span>, ou seja, de ler todas as palavras, mesmo aquelas cujo visual ainda não foi decorado nas aulas, construindo a palavra a partir das letras constituintes, capacidade esta adquirida seguindo o método sintético de ensino de leitura, da <span style="font-style: italic;">capacidade de ler fictícia</span>, que se reduz à reprodução sonora de umas centenas de palavras, cujo visual o aluno conseguiu decorar, que resulta de uma aplicação cega do método global.<br /><br />A importância da capacidade de ler todas as palavras que o aluno encontra torna-se óbvia quando pensamos na importância crucial da capacidade de estudar autonomamente, lendo simplesmente livros, aumentando assim o vocabulário activo e os conhecimentos. Devemos ainda lembrar que a capacidade humana para decorar as imagens das palavras é muito limitada, não ultrapassando umas centenas, enquanto o número total de palavras numa língua excede as dezenas de milhar.<br /><br />Assim, propõe-se o seguinte <span style="font-weight: bold;">exame </span><span style="font-weight: bold;">de leitura</span>:<br /><br />O aluno deve ler um pequeno texto <span style="font-style: italic;">em Espanhol</span>, de uma dificuldade adequada para o seu nível de escolaridade.<br /><br />Se conseguiu, sem grandes dificuldades, ler o texto, constituido pelas palavra desconhecidas, descontados os erros meramente fonéticos, - espera-se, naturalmente, que o aluno leia segundo as regras de leitura portuguesas - então sabe ler. <span style="font-weight: bold;">Caso contrário, é mais um aluno defraudado pela Escola, e traído pelo professor em que confia, mais um caso do futuro abandono ou insucesso escolar.</span><br /><br />Boa sorte!José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-51559314418989268002008-05-22T13:04:00.021+01:002010-12-28T16:01:56.954+00:00Telemóveis e Insucesso Escolar<blockquote><span style="font-style: italic;">O uso de telemóveis pelas mulheres grávidas produz dois tipos de efeitos indesejáveis sobre as crianças não nascidas: os efeitos nocivos fisiológicos de ondas electromagnéticas de alta frequência; e os efeitos psicológicos de "falar sozinho em voz alta", o que cria num bebê uma nítida impressão de a sua mãe ter perturbações mentais.</span><br /></blockquote>As radiações electromagnéticas, com as frequências usadas nos telemóveis, provocam efeitos indesejáveis sobre os seres vivos, alterando os comportamentos normais e prejudicando o seu desenvolvimento, como fica explicito no documento "<a href="http://www.i-sis.org.uk/MPVB.php">Mobile Phones & Vanishing Birds</a>", com base em estudos de aves.<br /><br />Estes efeitos também se manifestam em humanos, como mostra <a href="http://www.epidem.com/pt/re/epidemiology/abstract.00001648-900000000-99879.htm">um estudo recente</a> publicado no jornal <a style="font-style: italic;" href="http://www.epidem.com/">Epidemiology</a> e popularizado pelo <a href="http://www.independent.co.uk/life-style/health-and-wellbeing/health-news/warning-using-a-mobile-phone-while-pregnant-can-seriously-damage-your-baby-830352.html"><span style="font-style: italic;">The Independent</span></a>. No estudo, as mães de 13159 crianças nascidas na Dinamarca no fim da década dos 90 preencheram os questionários, sobre o uso de telemóveis e os problemas comportamentais dos seus filhos.<br /><br />A análise das respostas revelou que o filhos cujas mães usavam os telemóveis durante a gravidez, têm uma probabilidade acrescida em 54% de comportamentos perturbados, sendo certo que a probabilidade das perturbações aumenta com a exposição às radiações electromagnéticas. As crianças afectadas na fase pré-natal, que adicionalmente começaram a usar telemóveis antes de completar os 7 anos, têm uma probabilidade acrescida em 80%, de sofrer perturbações nos comportamentos.<br /><br />As perturbações avaliadas incluem riscos acrescidos de problemas emocionais, dificuldades em relacionamento com os seus pares, desordens de atenção com hiperactividade, e problemas de comportamento e disciplina.<br /><br />A ligação entre as perturbações nos comportamentos e o insucesso escolar é do conhecimento público e dispensa de provas.<br /><br />Além disso, há dados que o uso excessivo dos telemóveis pelos jovens <a href="http://www.webmd.com/sleep-disorders/news/20080609/cell-phones-disrupt-teens-sleep?src=rss_cbsnews">provoca insónias e ansiedade</a>, uma indicação inequívoca dos efeitos psicológicos nocivos dos telemóveis. No estudo referido, publicado no jornal especializado <a href="http://www.webmd.com/">WebMD</a>, foram comparados jovens que efectuavam/recebiam até 5 chamadas/SMS por dia, e os que efectuavam/recebiam 15 ou mais chamadas ou SMS por dia. Os jovens que usavam muito o telemóvel,<br /><ul><li>Tinham dificuldades em acordar, acordando, na média, pelas 10:50 de manhã, em vez de 8:34 dos que usavam pouco.</li><li>Acordavam mais frequentemente durante a noite.</li><li>Passavam mais tempo a virar de um lado para outro antes de conseguir adormecer.</li><li>Bebiam mais bebidas contendo cafeína.</li><li>Bebiam mais álcool.</li></ul> <a href="http://media.wayne.edu/2008/01/22/wayne-state-university-researcher-gains-international-attention-for-cell-phone-study">Mais um estudo</a>, liderado por <a href="http://www.med.wayne.edu/fam/faculty/arnetz.asp">Prof. Bengt Arnetz</a> da Wayne State University, estabeleceu que o uso do telemóveis antes de ir dormir afecta o sono, provocando ou agravando insónias, dores de cabeça e dificuldades de concentração, por acção das ondas electromagnéticas emitidas pelos mesmos. Estas ondas directamente afectam as zonas do cérebro responsáveis pela coordenação e activação do estado de stress, crucial para o funcionamento do sistema nervoso central em todas as situações.<br /><br />Ora, a ligação directa entre o sono saudável e capacidade de estudar dispensa de provas.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Medidas</span><br /><br />Informar convenientemente a população, a começar pelas mulheres grávidas.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Informações adicionais</span><br /><br />Num <a href="http://www.belfasttelegraph.co.uk/news/health/mobile-phones-more-dangerous-than-smoking-13397722.html">estudo recentemente publicado</a>, Dr. <a href="http://www.brain-surgery.us/about_the_author.html">Vini Khurana</a>, especialista em neurocirurgia, conclui que os telefones móveis matam muito mais pessoas que o tabaco, por via do cancro provocado pelas suas radiações electromagnéticas. Nomeadamente, o uso de telemóveis por adultos durante 10 anos ou mais duplica o risco do cancro de cérebro.<br /><br />Os níveis de radiação electromagnética dos telemóveis de diferentes marcas <a href="http://www.ewg.org/cellphoneradiation/Get-a-Safer-Phone?allavailable=1">estão disponíveis aqui</a>.<br /><br />Mais informações sobre os <a href="http://aeiou.exameinformatica.pt/o-wi-fi-pode-matar-as-arvores-dizem-investigadores-holandeses=f1008053">efeitos nocivos de radiações electromagnéticas</a> (WiFi).José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-83006575699856048072008-02-23T18:09:00.007+00:002008-03-02T11:22:27.761+00:00Contradições no Sistema de Ensino: Bolonha contra a Escola Secundária<blockquote>O sistema de ensino escolar usa Agrupamentos, criando grupos de alunos que adquiriram competências completamente diferentes, dificultando o funcionamento do Ensino Superior, reestruturado de acordo com os princípios de Bolonha.</blockquote>O sistema de ensino deveria ser estruturado de modo a que cada grau seguinte proporcione mais conhecimentos, mas estes conhecimentos, além de mais aprofundados, devem ser mais específicos, já que é impossível ser-se especialista em tudo.<br /><br />Em conformidade, o sistema de Bolonha, implementado no nosso Ensino Superior, reestruturou a maioria dos cursos superiores, nos quais foi adoptado o sistema 3+2 - um Bacharelato, de 3 anos, e mais um Mestrado, de 2 anos. Nesta abordagem entende-se que os Bacharelatos devem ter currículos muito genéricos, podendo, por exemplo, existir um Bacharelato que dê uma preparação adequada, em simultâneo, para os Mestrados em Bioquímica, Biotecnologia, e Química, cursos estes que antes existiam como Licenciaturas distintas. Entre outras vantagens, esta abordagem permite racionalizar o sistema do Ensino Superior, evitando a duplicação desnecessária do esforço docente.<br /><br />Entretanto, à luz de Bolonha, vêem-se mais facilmente as incongruências do Ensino Secundário, que impõem gastos desnecessários, contra-producentes e perfeitamente evitáveis, no sistema de ensino nacional. Trata-se, essencialmente, de dois fenómenos existentes no Ensino Secundário:<br /><ol><li>Os Agrupamentos existentes na Escola Secundária criam grupos de alunos com competências completamente diferentes, que podem, em princípio, todos, entrar num mesmo Curso Superior. Com efeito, o ensino das disciplinas dos cursos superiores tem que começar, na maioria dos casos, a partir dos níveis de conhecimentos adquiridos no 9º ano do Ensino Básico. Deste modo, os alunos que receberam na Escola Secundária uma formação adequada ao Curso Superior no qual entraram, ficam desmotivados de estudar, considerando que já sabem aquilo tudo. Entretanto, outros alunos, que frequentaram um Agrupamento desadequado ao seu Curso Superior, não conseguem acompanhar a matéria, que está a ser dada muito mais rapidamente do que na Escola Secundária - para perceber as respectivas exigências, devemos comparar 3 anos na Escola Secundária a 1 semestre no Ensino Superior, que necessita de colmatar as deficiências de formação acumuladas ao longo dos 3 anos da Escola Secundária.</li><li>Um efeito da mesma natureza, embora numa escala mais reduzida, é criado pelas possibilidades /obrigações dos alunos de escolherem disciplinas opcionais. Assim, no Agrupamento de Ciências existem alunos que estudam Química no 12º ano, mas não Física, ou Biologia, mas não Geologia, etc.</li></ol>A própria utilidade do 12º do Ensino Secundário suscita muitas dúvidas, tanto pela baixa carga horária, como pelo currículo, bastante limitado, cujo conteúdo programático ainda irá ser reensinado no 1º ano dum Curso Superior, e pelo grande peso da disciplina denominada Área Projecto neste mesmo currículo, que é apenas mais um Trabalho de Grupo, de grande envergadura, cuja inutilidade para a aprendizagem dispensa provas.<br /><br /><span style="font-size:130%;">Medidas propostas</span><br /><ul><li>Universalizar o ensino na Escola Secundária, eliminando os Agrupamentos e as Opções desnecessárias.</li><li>As Opções podem e devem existir na Formação Profissional e Formação Vocacional, mas não na formação em disciplinas fundamentais, como Português, Matemática, Inglês, e mais algumas.<br /></li><li>Eliminar o 12º ano, por falta de necessidade.</li></ul>_José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-39957274419416873812008-02-09T17:50:00.013+00:002008-02-24T17:31:04.352+00:00Computadores, Calculadoras, Meios Técnicos e Insucesso Escolar<blockquote>Existe na sociedade uma tendência para tentar melhorar o ensino gastando dinheiro em computadores e outros meios técnicos.<br />Antes de mais, o leitor deve tentar responder a uma simples pergunta: como é que se conseguia estudar há 30 anos, na ausência de computadores e calculadoras?<br /></blockquote>A resposta é simples: <span style="font-style: italic;">trabalhando para isso</span>.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Tese: o uso de calculadoras na aula justifica-se apenas a partir do 8º ou 9º ano.</span><br /><span style="font-weight: bold;"><br />Demonstração</span>: os objectivos do ensino da Matemática devem incluir a capacidade de cálculo mental, pois sem isso uma pessoa não perceberá nada de Matemática, já que não terá a mínima ideia do resultado que se espera obter, nem do seu sinal (positivo ou negativo), nem da ordem de grandeza, pelo que jamais conseguirá detectar se o resultado obtido na máquina está, ou não, correcto. Ao trabalhar o cálculo mental, qualquer uso da calculadora é prejudicial, pois elimina a necessidade de fazer (e de aprender a fazer) o mesmo cálculo mental.<br /><br />O ensino das ciências nas fases iniciais pode, e deve, ser feito utilizando problemas com números de poucos algarismos significativos, que admitem um cálculo mental simples. Em fases mais avançadas, ao tentar explicar fenómenos mais complexos, onde existe a necessidade de usar constantes físicas de elevada precisão, o uso da calculadora pode ser bem justificado, pois nesta fase o seu uso acelera a obtenção de resultados numéricos, sem prejudicar a sua precisão e o número de algarismos significativos. Nesta fase, devemos dar em Matemática os conceitos de cálculo numérico com uso de calculadoras e computadores, que são necessários para a compreensão dos resultados destes cálculos.<br /><br />Entretanto, é a partir do 7º ou 8º ano que devem ser introduzidos em Matemática os conceitos de cálculo simbólico e de transformações equivalentes de expressões literais, os quais hoje em dia são introduzidos muito mais tarde, apenas no 11º e 12º ano, quando já é tarde demais para aprender.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Tese: a Internet, como fonte de informação, não pode ser aproveitada por um aluno médio. </span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Demonstração</span>: este aluno, como <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/ensinar-memorizar.html">já vimos</a>, não tem as suas capacidades de memorização sistematizada devidamente desenvolvidas, e na consequência disso, não possui um vocabulário activo, nem um vocabulário passivo, suficientemente abrangentes. Em poucas palavras: mesmo conseguindo ler uma palavra, faz pouca ideia do seu significado; precisando de designar alguma coisa específica, não tem palavras para isso; precisando de formular ideias próprias, tem imensas dificuldades, tanto por falta de ideias, como por falta de vocabulário. Assim, tentando encontrar as informações na Internet, pouca coisa consegue fazer, pois nem sabe formular uma pesquisa adequada.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Tese: Os "trabalhos" que os professores mandam fazer em nada conseguem melhorar os conhecimentos de um aluno médio. </span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Demonstração</span>: o aluno médio, como vimos no ponto anterior, encontra-se extremamente limitado em termos das suas capacidades de leitura, percepção, interpretação e enquadramento de informações, e assim não as consegue transformar em conhecimentos. Assim, o mais que consegue fazer, é copiar para o Google o tema do trabalho que o professor mandou fazer, e retirar dos trabalhos, já feitos por alunos Brasileiros, parágrafos inteiros, pois não é capaz de perceber as ideias aí expressas e reformulá-las por palavras próprias.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Tese: O abuso da televisão e dos jogos de computador prejudica a saúde e o desenvolvimento intelectual e social de crianças e jovens.</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Demonstração: </span>temos <a href="http://www.freunde-waldorf.de/en/info/waldorf/studien/">aqui uma lista de estudos científicos</a> que demonstraram uma ligação causa-efeito entre o abuso da televisão e dos jogos de computador, de um lado, e a obesidade, os atrasos no desenvolvimento intelectual e social, o insucesso escolar, a violência e a exclusão social, do outro, entre crianças e jovens.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Medidas</span><br /><br />Deve ser feito o possível ao nível dos currículos escolares e dos métodos de ensino para evitar o abuso da calculadoras e dos "trabalhos" de computador. O abuso dos trabalhos deve ser também considerado, negativamente, na avaliação dos professores. No que diz respeito aos abusos em casa, é necessário informar devidamente as famílias.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Conclusão</span><br /><br />Como foi demonstrado, para uma aluno médio, o acesso aos computadores, às calculadoras e a outros meios técnicos, apenas fortifica as causas do seu insucesso escolar. Notemos que um aluno médio é um aluno de <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/08/ensino-escolar-metas-e-medidas.html">insucesso notável</a>, como mostram as notas médias dos Exames Nacionais de Matemática e Português.<br /><br />_José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-47022036318631409152008-01-31T01:07:00.006+00:002008-05-24T11:31:14.420+01:00Disciplina, Stress e Aprendizagem<blockquote>O modelo actual da Escola transformou a sala de aula num local livre de stress, considerando que os alunos aprendem muito melhor num ambiente informal e pouco disciplinado, onde podem exibir os seus comportamentos mais naturais. Este modelo contraria às noções fundamentais de biopsicologia.<br /></blockquote><span style="font-size:100%;">Ora, o comportamento mais natural de qualquer ser vivo, <span style="font-weight: bold; font-style: italic;">é de não fazer nada, quando não é mesmo obrigado a fazer alguma coisa</span>, conservando assim a energia. E é isso que na realidade os nossos alunos fazem, para além de brincadeiras pouco oportunas, para ocupar os seus "tempos livres" nos quais se transformaram as aulas escolares.<br /><br /></span><span style="font-size:130%;">Tese: A falta de disciplina nas aulas impede o ensino e a aprendizagem.<br /></span><br /><span style="font-weight: bold;">Demonstração:<br />Na ausência da disciplina, os alunos:</span><br /><ul><li>Não aprendem a concentrar a sua atenção numa tarefa concreta a desempenhar;</li><li>Não aprendem os comportamentos civilizados, como, por exemplo, permitir falar o professor ou os colegas;</li><li>Como consequência, gastam todo o tempo da aula em ocupações inúteis e inoportunas, sem adquirir quaisquer conhecimentos ou competências;</li><li>Como não estão a aprender nada, perdem o interesse nos estudos;</li><li>Habituam-se aos poucos a considerar a escola como um local de divertimento e convívio;</li><li>Associam as horas de aulas ao descanso, convívio e passatempo, onde podem fazer tudo, sem sofrer represálias. </li></ul><span style="font-weight: bold;">Os professores: </span><br /><ul><li>Não conseguem ensinar as matérias, porque estão normalmente ocupados com outras coisas, nomeadamente, a combater os comportamentos inoportunos dos alunos;</li><li>Ficam desmotivados e profissionalmente frustrados, o que inevitavelmente reduz a qualidade do seu trabalho.</li></ul><span style="font-size:130%;">Tese: A falta de stress dificulta a aprendizagem.<br /></span><br /><span style="font-weight: bold;">Demonstração:</span><br /><ul><li>O stress é uma reacção natural do ser vivo às condições adversas que provocam mal-estar, desconforto ou ansiedade;</li><li>O stress provoca a activação dos mecanismos naturais que permitem ao ser vivo de aprender mais, mais facilmente e mais rapidamente, evitando deste modo futuras situações semelhantes, que possam provocar desconforto ou ansiedade;</li><li>O stress moderado ajuda a aprender, sem provocar danos ao organismo;</li><li>Na ausência do stress, o ser vivo não tem incentivos de modificar os seus comportamentos. No caso concreto dos alunos, estes não aprendem enquanto não forem forçados a isso, interna ou externamente.</li></ul><span>Podemos dar um outro nome ao stress, designando-o, no caso da Escola, pela <span style="font-style: italic; font-weight: bold;">motivação</span>. Para podermos decidir sobre a validade do modelo actual da Escola, precisamos então perceber, se a <span style="font-weight: bold; font-style: italic;">brincadeira</span> pode constituir uma <span style="font-weight: bold; font-style: italic;">motivação adequada </span>para <span style="font-weight: bold; font-style: italic;">aprendizagem</span>. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Tese: O stress não deve ser eliminado, antes, deve ser criado de modo controlado.<br /></span><span style="font-weight: bold;"><br />Demonstração:<span style="font-weight: bold;"><br /></span></span><ul><li><span>Para aprender, os alunos precisam de algum stress, ou seja, da <span style="font-style: italic; font-weight: bold;">motivação</span>;</span></li><li><span>As origens da motivação podem ser muito diferentes, por exemplo: "o meu pai vai bater-me", "os meus irmãos vão rir-se de mim", ou "não vou receber prendas no Natal";<br /></span></li><li><span>Ora, a motivação mais válida é: "<span style="font-style: italic; font-weight: bold;">preciso de saber isso, para saber mais</span>";</span></li><li><span>Para adquirir esta motivação, o aluno precisa de obter algum sucesso escolar, senão vai rapidamente perder todos os incentivos;</span></li><li><span>Na ausência de um ambiente normal de trabalho na sala de aula, o que agrava as consequências dos disparates pedagógicos (ver <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/ensinar-memorizar.html">aqui </a>e <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/ensinar-ler-pelo-mtodo-fontico.html">aqui</a>), reinantes no nosso ensino, qualquer sucesso fica muito comprometido, para a grande maioria dos alunos;</span></li><li><span>Os animais, desprovidos de fala e de pensamento abstracto, aprendem a comunicar e a interagir uns com os outros, por via da brincadeira; </span></li><li><span>O mesmo acontece com os alunos durante os intervalos entre as aulas;</span></li><li><span>Reduzindo </span><span>toda </span><span>a motivação a <span style="font-style: italic; font-weight: bold;">brincadeira</span> (este tipo da motivação existe em muitos animais), estamos a reduzir o processo de aprendizagem à sua parte mais primitiva e instintiva, deixando de desenvolver </span><span>a linguagem, </span><span>as capacidades de memorização sistematizada e o pensamento abstracto, que <span style="font-weight: bold; font-style: italic;">necessitam de motivações mais complexas</span>, pois envolvem um trabalho intelectual mais árduo e mais avançado, do que o envolvido no desenvolvimento <span style="font-style: italic; font-weight: bold;">da capacidade de conviver e de comunicar</span>.</span></li></ul><span>Assim, a <span style="font-style: italic; font-weight: bold;">brincadeira </span>não consegue motivar a aprendizagem humana ao nível da escola, <span style="font-weight: bold; font-style: italic;">sendo inválido o modelo da Escola actualmente implementado</span>. Por outro lado, a criação das motivações válidas fica condicionada pelos disparates pedagógicos que debilitam o nosso ensino, deixando uma grande maioria dos nossos alunos, completamente </span><span>desmotivada</span><span>.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Medidas propostas:</span> são <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/eliminar-o-insucesso-escolar.html">aqui</a>; além disso, precisamos de <span style="font-weight: bold;">reintroduzir a disciplina</span> na Escola, que deverá vigorar logo desde o 1º ano.<br /><br /><br /></span>José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-23976636050562822722008-01-05T19:42:00.004+00:002010-09-18T16:45:56.744+01:00Concepção Alcoolizada e Insucesso Escolar<blockquote>O consumo de álcool pela mulher, em qualquer quantidade, no período que começa 2 (duas) semanas antes da concepção, e durante toda a gravidez e o período de lactação, afecta negativamente o desenvolvimento físico, psíquico e intelectual do feto, recém-nascido, bebe, criança, jovem e adulto.<br /></blockquote>Ao contrário das opiniões frequentemente expressas, não existem doses inócuos de álcool para o vosso futuro bebé. Ambos os pais devem abster completamente de consumo do álcool durante as duas semanas precedentes a concepção, e a mãe - durante todo o período de gravidez e de lactação, sob pena de consequências mais ou menos gravosas para a saúde física e psíquica do futuro bebé e para seu desenvolvimento físico e intelectual. Obviamente, nem se fala da hipótese de dar álcool ao bebé "para acalmar".<br /><br />Na prática, uma percentagem elevadíssima das crianças com dificuldades de aprendizagem sofre de síndromas resultantes da concepção alcoolizada ou do consumo de álcool pela mãe durante a gravidez e a lactação. São vítimas da nossa ignorância e complacência, afectadas irremediavelmente para toda a sua vida.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Medidas propostas</span>: Informar a população.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Problemas previstos:</span> Contra-propaganda dos produtores e comerciantes de bebidas alcoólicas.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Nota adicional: </span>Segundo estatísticas, na Alemanha <a href="http://www.fasworld.de/">apenas 20% de mulheres grávidas NÃO consomem álcool</a>, com consequências negativas, mais ou menos graves, para 80% dos recém-nascidos. <br /><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">Referências:</span><br /></span><br /><a href="http://br.guiainfantil.com/gravidez-gravida/82-alimentacao-gestante/389-sindrome-do-alcoolismo-fetal-.html">Síndrome do alcoolismo fetal</a> (sítio brasileiro)<br /><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_do_alcoolismo_fetal">Síndrome do alcoolismo fetal</a> (Wikipedia)<br /><a href="http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/psd/v7n2/v7n2a09.pdf">SÍNDROME FETAL-ALCOÓLICO</a> (um artigo em PDF)<br /><a href="http://www.phac-aspc.gc.ca/publicat/fasd-ru-ectaf-pr-06/index_f.html">Consommation d'alcool et grossesse: Une importante question sociale et de santé publique au Canada.</a><br />Aqui está o <a href="http://www.phac-aspc.gc.ca/publicat/fasd-ru-ectaf-pr-06/pdf/fasd-ru-ectaf-pr-06_f.pdf">mesmo relatório em PDF, de 116 páginas.</a><br />Veja também a lista de referências deste relatório, com várias centenas de alíneas.<br />Versão Inglesa: <a href="http://www.phac-aspc.gc.ca/publicat/fasd-ru-ectaf-pr-06/index.html">Alcohol Use and Pregnancy: An Important Canadian Public Health and Social Issue.</a><br />Aqui está a <a href="http://www.phac-aspc.gc.ca/publicat/fasd-ru-ectaf-pr-06/pdf/fasd-ru-ectaf-pr-06_e.pdf">versão Inglesa em PDF, de 100 páginas</a>.<br /><a href="http://www.br-online.de/ratgeber/gesundheit/alkohol-baby-schwanger-ID1220948372199.xml">Na Alemanha anualmente nascem entre 4000 e 10000 bebés com síndromea alcoólica fetal</a> (em alemão).<br /><a href="http://www.fasworld.de/">Síndrome alcoólica fetal</a> (FAS) (em alemão).José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-39040585529680146642007-12-03T00:40:00.000+00:002008-01-05T15:30:53.220+00:00Fraldas, Chupetas, Infantilização da Juventude e Insucesso Escolar<blockquote>O abuso das fraldas e chupetas pelos pais tem consequências inevitáveis para o desenvolvimento intelectual e social da criança, com repercussões ao nível do ensino escolar.<br /></blockquote>Uma criança que já começou a andar é perfeitamente capaz de aprender a usar o bacio e faz o uso do mesmo com a maior das satisfações, pelo trabalho bem conseguido, depois de algum esforço dos pais, e deixa assim de precisar das fraldas. Esta criança tem mais incentivos para comunicar verbalmente quer com os adultos quer com as crianças mais velhas e recebe por isso uma maior compensação moral e emocional, aprendendo deste modo a falar mais cedo e com maior facilidade, deixando também de precisar da chupeta visto que esta interfere com a comunicação verbal.<br /><br />Ora, a escolha pelos pais de um caminho aparentemente mais "fácil", o de deixar a criança andar com fraldas, desincentiva a aprendizagem do uso do bacio, pois a criança com fralda deixa de sentir o desconforto da roupa molhada e suja, e não precisa de se esforçar para melhorar a sua situação. Em resultado disso, surgem várias consequências indesejáveis: a criança atrasa-se no seu desenvolvimento social, ficando desincentivada de comunicar com os adultos, atrasa-se no seu desenvolvimento intelectual e emocional, aprendendo a falar mais tarde, usa a chupeta por mais tempo, o que atrasa ainda mais o desenvolvimento das capacidades verbais, e deforma a dentição. Assim, com bastante frequência surgem casos de crianças que não aprendem a controlar devidamente as funções da bexiga, mesmo com 4 ou 5 anos de idade, o que traz consequências psicológicas bastante graves, pois nesta idade já se tornam alvos da troça dos seus pares.<br /><br /><span><span style=";font-family:Arial;font-size:100%;" ><span style=";font-family:Georgia;color:black;" >Esses atrasos no desenvolvimento social e intelectual nunca se recuperam completamente. Deste modo, crianças com idade biológica de 6 anos que entram no 1º ciclo podem ter um desenvolvimento social e intelectual equivalente a uma criança normal de 3 ou 4 anos, não possuindo a capacidade de concentrar a atenção naquilo que a turma está a fazer, não possuindo qualquer noção de disciplina. Assim, além de não conseguirem aprender, criam na aula distracções para o resto da turma, atrapalhando o processo de ensino/aprendizagem.</span></span></span><br /><br /><span><span style=";font-family:Arial;font-size:100%;" ><span style=";font-family:Georgia;color:black;" >Nos países mais desenvolvidos, as crianças com atrasos significativos no desenvolvimento social e intelectual, provocados pelo abuso dos <i>bens da civilização</i>, constituem uma percentagem muito significativa das turmas. Criam condições para o insucesso escolar muito comum já no 1º ciclo do ensino básico, apesar dos esforços para melhorar o funcionamento do sistema escolar. Naturalmente, os alunos que falharam no 1º ciclo terão imensas dificuldades em triunfar nos ciclos mais avançados, pois </span></span></span><span><span style=";font-family:Arial;font-size:100%;" ><span style=";font-family:Georgia;color:black;" >com os atrasos no seu desenvolvimento intelectual e social </span></span></span><span><span style=";font-family:Arial;font-size:100%;" ><span style=";font-family:Georgia;color:black;" >continuarão a acumular falhas na aprendizagem, e assim reciprocamente.</span></span></span><br /><br /><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><b><span style=";font-family:Georgia;color:black;" ><span style="font-size:100%;">Propõe-se: informar os pais sobre os benefícios dos seus filhos não usarem fraldas desde que começam a andar.<o:p></o:p></span></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size:100%;"><span style=";font-family:Georgia;color:black;" >( Prevê-se </span><span style=";font-family:Georgia;color:black;" >uma oposição encarniçada a estas ideias das empresas produtoras de fraldas.)</span></span></p><span></span><span style="font-weight: bold;"><br /></span>José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-12094126416390287652007-10-12T09:48:00.001+01:002008-09-08T00:08:32.019+01:00Introdução pessoal: história da descoberta<big>O essencial numa descoberta é fazer uma pergunta certa.<br /><br />Acontece que estamos numa posição única e privilegiada, pois temos uma experiência ampla de pelo menos dois sistemas de ensino bastante diferentes, um dos quais é o sistema nacional. Assim, podemos usar as experiências pessoais para avaliar o seu funcionamento, em todos os níveis da formação, desde o ensino pré-primário e o 1º ano do 1º ciclo do ensino básico, a até aos mestrados e doutoramentos. Deparamos desde o início dos nossos contactos com o ensino nacional com um fenómeno bem conhecido: a inabilidade deste sistema de proporcionar uma formação adequada a um aluno de capacidades médias (aluno médio, ao qual vamos em diante referir simplesmente como "aluno").<br /><br />A pergunta que então colocamos foi: o quê é que impede aos alunos a estudarem com aproveitamento, embora os conteúdos programáticos são cientificamente válidos e, na maioria dos casos, satisfatoriamente apresentados?<br /><br />Tendo reflectido sobre vários níveis de ensino durante mais de uma década, analisando vários casos concretos da vida quotidiana, chegamos à conclusão que as razões do insucesso escolar generalizado prendem-se com uma deficiência pedagógica e metódica </big><big>fundamental </big><big>do 1º ciclo de ensino básico (escola primária), a qual se revela fatal para todo o percurso escolar de um aluno.<br /><br />Esta deficiência </big><big>pedagógica e metódica exprime-se em duas abordagens separadas, as quais vamos discutir em pormenor nos outros capítulos: o método global (visual) de ensino de leitura, e a recusa de aproveitar e desenvolver as capacidades de memorização sistematizada dos alunos (proibição de decorar). As justificações que foram dadas na altura em que estas abordagens foram introduzidas, há cerca de 30 anos, pareciam bem válidas: tornar o processo de aprendizagem mais atractivo aos alunos, aproximando este aos jogos, e proporcionar o desenvolvimento do pensamento crítico e independente dos alunos, educando-os para serem pessoas mais independentes e mais criativas, mais activas e mais úteis socialmente.<br /><br />Para isso, foram introduzidos no sistema nacional do ensino escolar (e, igualmente, duma grande maioria dos países europeus, como constatamos mais tarde) um método específico (método global de ensino de leitura, reconhecimento de palavras inteiras pela sua aparência visual, sem saber letras nem sílabas), e um princípio fundamental (proibição de decorar seja o que for, ou seja, uma</big><big> recusa do educador de aproveitar e desenvolver as capacidades de memorização sistematizada dos alunos</big><big>).<br /><br />O método global de ensino de leitura, de modo como se encontra implementado, não funciona. Já vimos turmas inteiras que não sabiam ler no início do 4º ano do 1º ciclo, o que significa que o método falha redondamente e sistematicamente. É bem óbvio que um aluno destes perdeu 3 anos da sua vida inutilmente, não tendo adquirido as competências essenciais para o seu desenvolvimento educativo, intelectual e social. De facto, este método precisa de certas condições para seu funcionamento, incluindo os livros e os materiais metódicos adequados (e não o são, embora são também inadequados para o método sintético - <span style="font-style: italic;">b e a, ba, </span>etc.), e professores adequadamente preparados para o usar (e em 90% dos casos também não o são). Na prática, um professor com algum bom senso usa o método sintético, dificultado pelos livros existentes que foram preparados para o método global. A maioria, entretanto, usa o método global, na sua forma tipicamente absolutizada, sem saber qual a altura certa de passar para o método sintético, e com os resultados tipicamente desastrosos: os alunos não aprendem a ler, nem em tempo útil (2º ano do 1º ciclo), nem de tudo, continuando a reconhecer apenas as palavras cujo visual já conhecem, e incapazes de ler e reconhecer as outras, de visual desconhecido, mesmo depois de acabarem o 12º ano. Entre outros efeitos, isso limita drasticamente o vocabulário activo desses alunos, ou seja, o conjunto de palavras que eles conseguem usar na escrita. Há uma única saída desta situação: proibir o método global, reintroduzindo o método sintético, com os livros e materiais metódicos adequados, como o único método oficial.<br /><br />No âmbito da proibição geral de decorar a matéria, foram expurgados dos currículos de todas as disciplinas escolares todos os exercícios de desenvolvimento da memória. Assim, esta medida afecta directamente o processo de aprendizagem em todos os ciclos do ensino básico e secundário, e também no ensino superior. Abdicando da memorização sistematizada, o paradigma vigente do ensino aposta no desenvolvimento do pensamento independente e crítico do aluno. Este paradigma, como vamos mostrar, está fundamentalmente viciado tanto em relação ao processo de aprendizagem, como em relação ao desenvolvimento intelectual dos alunos.<br /><br />No que diz respeito a aprendizagem, basta notar que a capacidade de pensamento crítico e independente ainda não existe nos alunos do 1º ciclo do ensino básico, pois a capacidade de apresentar as opiniões próprias (críticas e independentes), que por vezes irrita tanto os pais, desenvolve-se no cérebro de uma pessoa jovem na altura de puberdade, ou seja, na altura do 2º ou 3º ciclo do ensino básico. Deste modo, as tentativas de usar o "pensamento crítico e independente" durante a primeira metade da vida escolar dos alunos são condenadas a falhar, pois as respectivas capacidades ainda não existem, de mesmo modo que é impossível ensinar a ler a um miúdo médio de 3 anos. Por outro lado, a recusa de "decorar as coisas", tais como poemas, tabuada, regras das operações matemáticas, regras gramaticais, fórmulas, datas históricas, nomes dos rios, etc., faz com que os alunos não adquirem os conhecimentos fundamentais necessárias em todas as disciplinas escolares e na vida adulta. Na ausência de conhecimentos previamente adquiridos e memorizados, o aluno fica privado das bases para comparações, o que impossibilita não só o pensamento "independente e crítico", mas todo e qualquer pensamento, ficando a pessoa assim formada a mercê das opiniões emitidas pelos meios da comunicação social na semana passada, pois mais que isso não consegue recordar. Devemos notar que mesmo que estes alunos aparentarem usar o "pensamento independente e crítico", na realidade apenas interpretam as dicas dadas consciente ou inconscientemente pelo professor, simulando aquilo que lhes esperam.<br /><br />Entretanto, a recusa de "decorar as coisas" ainda equivale a recusa de desenvolver as capacidades de memorização sistematizada, afectando o desenvolvimento intelectual adequado dos alunos, e, por consequência, não apenas o seu percurso escolar, mas a totalidade da sua vida familiar e social. Nas sociedades primitivas a transmissão de conhecimentos efectuava-se pela tradição oral, tipicamente de avós para os netos, dai a importância de famílias alargadas naqueles condições. As informações transmitidas pela tradição oral revelam-se muito mais estáveis e duradouras que às transmitidas pela escrita, persistindo durante dezenas de milhares de anos, prazos que nenhum CD consegue aproximar minimamente. São inevitavelmente filtrados pelas inúmeras gerações, ficando o mais fundamental, embora a tradição oral é altamente conservadora, sempre tentando transmitir a totalidade, com os necessários acréscimos modernos. Assim, durante todo o tempo prévio ao aparecimento da escrita, a memorização sistematizada tinha um papel fundamental no desenvolvimento social humano, e no desenvolvimento intelectual dos indivíduos. Consta que o homem moderno, nas sociedades civilizadas na sua maioria um "homem urbano", já não precisa dos mesmos conhecimentos sem os quais um homem menos civilizado morrerá, entretanto, continua a precisar dos exercícios para desenvolvimento adequado das suas capacidades de memorização sistematizada, sem os quais o seu potencial intelectual fica não reclamado e mal aproveitado. Uma pessoa sem os conhecimentos memorizados fica ignorante, não só em termos de aprendizagem, mas tanto para os efeitos da vida quotidiana, não conseguindo efectuar as suas tarefas normais, como entregar a declaração dos impostos, ou perceber uma carta oficial, e deduzir quais devem ser as suas acções. Para isso, tem que recorrer à ajuda dos outros, por exemplo, dos funcionários públicos da repartição que enviou a carta. Entretanto, em certas situações a falta de conhecimentos memorizados pode ser literalmente fatal, como vimos no exemplo recente do tsunami indonésio. Ai, morreram dezenas de milhares de pessoas civilizadas, embora um tribo primitivo nem por um instante hesitou em fugir para os terrenos mais elevados, e sobreviveu, tanto como os animais selvagens.<br /><br />As matérias que devem necessariamente ser decoradas podem ser discutidas disciplina a disciplina, mas tipicamente seriam as mesmas que estavam a ser decoradas tradicionalmente, excluindo talvez os itens com cariz puramente ideológico, os quais podem condicionar a independência e a capacidade crítica do pensamento do aluno. Entretanto, as sociedades nunca abdicam de perseverar aquilo que reconhecem como os valores da sua própria organização social, além dos valores reconhecidos como universais, e é daí que surge a possibilidade de manifestações fundamentalistas de vária natureza. Entretanto, as capacidades de memorização sistematizada em si nada têm a ver com as consequências sociais indesejáveis, sendo necessárias e imprescindíveis para desenvolvimento intelectual e social da pessoa.<br /><br /><br /></big>José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-42664287128050622652007-10-11T21:52:00.000+01:002007-10-11T22:46:11.261+01:00Percentagem significativa de professores incompetentesProvavelmente, iremos merecer a designação do reaccionários e retrógrados, mas vamos aplaudir às medidas recentes do Ministério da Educação que insiste em introduzir os exames para os professores que entram na profissão e para os que têm menos que 5 anos de experiência profissional.<br /><br /><b>Nós iríamos ainda mais longe, propondo exames que condicionam a progressão na carreira, e ainda outros, periódicos, de 5 em 5 anos</b>.<br /><br />A verdade é que a profissão de Professor é demasiadamente importante para o nosso futuro, e não deve ser exercida pelas pessoas incompetentes, já que a sua incompetência tem um efeito multiplicativo, muito dificilmente corrigível.<br /><br />Não podemos concordar com a afirmação que um Diploma universitário proporciona uma garantia suficiente da competência científica, pedagógica e educativa do Professor, pois quando as Universidades são forçadas de atrair e manter os alunos em números suficientes para assegurar a sua própria existência, as noções de qualidade e de exigência ficam rapidamente esquecidas e substituídas pelo facilitismo e permissividade.<br /><br />Quanto a percentagem referida, a nossa estimativa conservativa, segundo as nossas experiências pessoais, é de 30%.José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-76067075447787671612007-09-14T01:56:00.001+01:002008-09-20T18:32:22.947+01:00Melhorias no sucesso escolar no ensino secundário no ano lectivo 2006-2007: fraude educativa generalizadaO Governo congratulou-se com uma redução drástica de 10% no insucesso escolar na escola secundária no ano lectivo transacto, atribuindo este resultado às medidas que aplicou durante os últimos dois anos.<br /><br />Consideremos os factores que afectam a situação:<br /><ol><li>O aluno médio não tem capacidade de estudar com aproveitamento a matéria da escola secundária - as razões foram expostas <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/ensinar-ler-pelo-mtodo-fontico.html">aqui </a>e <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/2007/04/ensinar-memorizar.html">aqui</a>. </li><li>O professor deve avaliar os seus alunos, dando-lhes uma nota.</li><li>O professor vê-se obrigado de passar uma percentagem razoável dos seus alunos, já que está a ser avaliado com base no seu sucesso escolar.</li><li>Avaliando os conhecimentos do aluno, terá que lhe dar uma nota negativa.</li></ol>Então como sai o professor desta embrulhada? Avaliando outra coisa qualquer, que os alunos sabem fazer! Por exemplo, os professores adoram mandar fazer os Trabalhos ou as Apresentações em vez dos Testes. E como é que se avalia um Trabalho? Avalia-se a qualidade de impressão no computador, a qualidade da cor dos desenhos incluídos, a quantidade de erros de ortografia feitos pelos autores brasileiros, dos cujos textos o aluno foi fazendo o "copiar-colar", e talvez algures no fim, com peso diminuto, o conhecimento da matéria que o aluno conseguiu transmitir. Com estes critérios, toda a turma recebe notas positivas, continuando sem saber do assunto, mas toda a gente fica contentíssima: o Aluno, os seus Pais, o Professor, o Pedagógico, a Ministra, o Governo, e o Partido do Governo.<br /><br />Com certeza, podemos passar todos os alunos, mesmo os que não aparecem nas aulas. Saberão alguma coisa daquilo que supostamente andaram a estudar?<br /><br />Um exemplo da vida: um professor de Matemática, para melhorar as notas da turma, mandou fazer um Trabalho, no fim do ano lectivo, no qual os alunos deviam apresentar as fotografias, tiradas nas ruas da cidade, dos objectos que "têm a ver com a Matemática". Podem ter certeza que todos os alunos com uma nota sistematicamente negativa receberam uma boa positiva por este trabalho, ficaram com uma positiva anual, e nenhum repetiu o ano por causa da Matemática! Um belo exemplo para toda a comunidade pedagógica que ainda se continua a esforçar para transmitir algum conhecimento aos alunos.<br /><br />Mais sobre a fraude educativa: <a href="http://bandeira-vermelha.blogs.sapo.pt/91081.html">O estado do ensino em Portugal (III)</a>José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-39674756352488476242007-09-12T20:07:00.000+01:002008-01-11T20:17:51.323+00:00A qualidade de manuais escolares e a sua utilidade ficam fortemente prejudicadas pela sua variedade e pela rapidez da sua reedição<p class="MsoNormal"><b>Tese 1.</b> Não existe necessidade de editar vários manuais, diferentes, para uma mesma disciplina e para o mesmo ano de escolaridade e/ou ano de aprendizagem. </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><b>Justificação:</b> Os conteúdos programáticos expostos em todos estes manuais são os mesmos, entretanto, o próprio <i>direito da escolha </i>pela qual se justifica a existência de vários manuais acaba por ser inviabilizado, já que o professor tem que escolher entre vários manuais, <i>todos notoriamente fracos</i>, pois o Ministério não tem a capacidade operacional de impor os padrões de qualidade a um conjunto tão vasto de manuais escolares. </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><b>Tese 2. </b>Não existe necessidade de produzir as edições novas de um mesmo manual, todos os anos.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><b>Justificação:</b> Os conteúdos programáticos ensinados na disciplina não se alteram, de modo significativo, mesmo em 10 anos, e muito menos dentro de 1 ano. Por outro lado, se o professor entende de incluir nas suas aulas um ou outro exemplo das descobertas mais correntes, tem toda a liberdade de o fazer e não precisa de ter essa informação escrita no manual. </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><b>Tese 3.</b> As reedições anuais deixam todos os manuais escolares cheios de erros, pois esses nunca são corrigidos. <b><o:p></o:p></b></p> <p class="MsoNormal"><b><o:p> </o:p></b></p> <p class="MsoNormal"><b>Justificação: </b>Os manuais escolares, principalmente os da escola secundária, trazem imensos erros, os quais nunca são corrigidos – tanto por falta do tempo para recolher as opiniões de professores, como por falta de capacidade de reacção de autores e editoras, – e assim tipicamente persistem de uma reedição para a seguinte, sempre acrescentando alguns erros novos em cada reedição. <o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal"><b><o:p> </o:p></b></p> <p class="MsoNormal"><b>Tese 4. </b>O estado corrente de manuais escolares desacredita os manuais em si, os seus autores, e o Ministério de Educação, por incapacidade de proporcionar manuais de qualidade, e requer um esforço adicional de professores. <o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal"><b><o:p> </o:p></b></p> <p class="MsoNormal"><b>Justificação: </b>Os professores muitas vezes referem aos manuais escolares com pouca consideração, dizendo, e com razão, que nem vale a pena tentar resolver os exercícios ai apresentadas, pois as soluções do manual são todas erradas, e frequentemente mesmo desistem de usar os manuais, desenvolvendo conjuntos de exercícios que acham convenientes para os alunos. </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><b>Tese 5. </b>A reedição anual de manuais escolares gasta recursos desnecessariamente.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><b>Justificação:</b> A reedição anual de manuais inviabiliza a sua utilização plurianual, provocando gastos desnecessários por parte de famílias portuguesas. </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><b><u>Medidas propostas<o:p></o:p></u></b></p> <p class="MsoNormal"><b><u><o:p><span style="text-decoration: none;"> </span></o:p></u></b></p> <p class="MsoNormal">Editar-se-ia um único manual para cada disciplina e ano de escolaridade ou ano de aprendizagem, escolhido de entre as propostas apresentadas, nas moldes a estabelecer pelo Ministério de Educação. Este manual seria válido pelo período mínimo de 5 anos, editando neste período apenas os exemplares que possam ser necessárias para substituir os exemplares degradados, os cadernos de trabalho do aluno, se estes existem, e as folhas de correcção de erros, sempre quando isso se justifica, e com urgência. </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Os custos normais aos alunos seriam de 1/5 do preço da capa, mas serão pagos na integra, a partir da caução depositada na escola no início do ano lectivo, em caso de não devolução do manual no fim do ano, ou da sua devolução em estado que impossibilita a sua futura utilização.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-69997310403026232572007-08-18T21:42:00.003+01:002008-02-18T23:44:14.066+00:00ENSINO ESCOLAR: METAS E MEDIDAS<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O estado deplorável do sistema escolar nacional é do conhecimento público, e cada um consegue apresentar diversos exemplos ilustrativos deste fenómeno. Vários remédios foram propostos, uma grande parte dos quais, incluindo as recomendações das entidades europeias, cita a necessidade de transformar o ensino num conjunto de prestadores de serviços educativos, de modo que os alunos e os seus pais possam escolher aquele prestador que proporciona um serviço educativo melhor. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p>Todavia, todos estes remédios falham em vários pontos importantes, nomeadamente: </p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;">1. O principal objectivo do sistema escolar é de proporcionar ao aluno as ferramentas necessárias para a sua aprendizagem futura, tanto no ensino superior, como ao longo da sua vida, além de conhecimentos e competências concretas. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;">2. Um sistema escolar, correctamente construído, deve proporcionar uma formação adequada (equivalente a uma avaliação objectiva de “Bom”) a um aluno médio. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">As principais ferramentas do nosso aluno são o Português, e a Matemática, sendo esta última a língua comum das ciências exactas e tecnologias. As notas médias dos exames nacionais destas duas disciplinas são de 7, o que mostra uma incapacidade do nosso sistema escolar de proporcionar as ferramentas essenciais ao aluno médio. Não devemos esquecer ainda que a nossa taxa de abandono escolar é de 40%, assim, o sistema escolar consegue ensinar, com uma grande ajuda dos explicadores, apenas 1/5 dos alunos que entram no primeiro ano da escolaridade. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Analisando objectivamente os currículos escolares, concluímos que estes são suficientes, do ponto de vista de conhecimentos e competências que o aluno deveria obter. O problema, então, não está no <b><i>que </i></b>estamos a ensinar, mas sim no <b><i>como</i></b>. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Olhando atentamente para o ensino escolar, detectamos duas falhas metódicas gravíssimas, que impossibilitam um desenvolvimento intelectual adequado de um aluno médio. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A primeira é a aposta no pensamento crítico dos alunos, em detrimento de memorização sistematizada de conhecimentos, e em detrimento do desenvolvimento de capacidade de memorização. Há 30 anos, apostamos na criação de um ensino mais democrático, baseado no desenvolvimento da capacidade de pensamento crítico e criativo, eliminando por isso os exercícios para desenvolvimento da memória dos currículos de todos os anos. Esta aposta falha em dois aspectos. Em primeiro lugar, um aluno típico da escola primária (primeiro ciclo) não tem capacidade de pensamento crítico, aceitando de bom grado tudo que lhe seja dito pelos adultos. Mesmo que este aluno aparente uma capacidade razoável de pensamento crítico, na realidade apenas interpreta as dicas do professor, dadas voluntária ou involuntariamente. Entretanto, o pensamento crítico do aluno pode e deve ser desenvolvido, mas gradualmente, e nos alunos já com idade mais avançada, e, consequentemente, com capacidades mentais mais desenvolvidas. Em segundo lugar, abstendo do desenvolvimento da capacidade de memorização sistematizada do aluno, a escola não aproveita deste recurso que o aluno já possui, e que deve ser desenvolvido, desde logo, para proporcionar as bases para o próprio pensamento crítico, pois não há lugar para qualquer pensamento sem recurso aos conhecimentos memorizados.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="text-transform: uppercase;">A </span>segunda é a aposta no método global (visual) de ensino de leitura. Este método para sua implementação correcta necessita de professores excelentes e bem preparados, pois na consequência de erros comuns na sua implementação os alunos não aprendem a ler fluentemente em tempo útil, o que consideramos ser o segundo ano da escola primária (primeiro ciclo). As tentativas falhadas dos últimos 30 anos de usar este método mais que justificam a sua proibição oficial, pois na consequência do seu uso cerca de 80% dos nossos alunos não aprendem a leitura atempadamente, com consequências graves para todo o seu percurso escolar. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Assim, para começarmos a reconstruir a nossa escola, devemos eliminar, e o mais depressa possível, as falhas metódicas mencionadas, sendo certo que os exercícios de memorização sistematizada devem ser reintroduzidas em todas as disciplinas de todos os ciclos, e não apenas na escola primária. Devemos ainda prescindir das tentativas fúteis de usar o "pensamento crítico e independente" dos alunos do 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico, cujo cérebro ainda não desenvolveu esta capacidade. Devemos admitir ainda que o processo de reconstrução vai ser demorado, pois as alterações introduzidas hoje não trarão grandes vantagens para os alunos que se encontram nos ciclos preparatórios e na escola secundária. Podemos tentar ensinar a estes alunos, mais uma vez, aquilo que não aprenderam quando deviam ter aprendido, embora sem grande esperança de sucesso.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-weight: bold;">Precisamos de corrigir, urgentemente, o paradigma do nosso ensino, fatalmente viciado por razões ideológicas.</span><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">_<br /></p>José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-145140909731063246.post-76570040511667027602007-06-24T14:52:00.002+01:002008-02-19T00:07:50.779+00:00Carta aberta ao PaísO País está em crise educativa generalizada, resultado das políticas governamentais dos últimos 30 anos, que empreenderam experiências pedagógicas malparadas na nossa Escola. Com efeito, <b>80% dos nossos alunos abandonam a Escola ou recebem notas negativas nos Exames Nacionais de Português e Matemática.</b> Disto, culpados são os educadores oficiosos que promoveram políticas educativas desastrosas, e não os alunos e professores. Os problemas da Educação não se prendem com os conteúdos programáticos ou com o desempenho dos professores, mas sim com as bases metódicas cientificamente inválidas, que impedem o desenvolvimento intelectual dos alunos.<br /><br />Ora, devemos olhar para o nosso Ensino na sua íntegra, e não apenas para assuntos pontuais, para podermos perceber o que se passa. Os problemas começam logo no ensino primário, e é por ai que devemos começar a reconstruir a nossa Escola. Uma <a href="http://educacao-em-portugal.blogspot.com/">análise, publicada em http://educacao-em-portugal.blogspot.com, identifica as principais razões da crise educativa e indica o caminho de saída.</a> Em poucas palavras, é necessário fazer três coisas: <b>repor os exercícios de desenvolvimento da memória nos currículos de todas as disciplinas escolares, </b><b>deixar as tentativas fúteis de usar as capacidades do "pensamento crítico e independente" nos alunos do 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico, </b><b>e </b><b>repor o método fonético (sintético) no ensino de leitura</b><b>.</b> Resolvidos os problemas metódicos, muitos dos outros, com o tempo, desaparecerão. No seu estado corrente, o Ensino apenas reproduz a Ignorância, numa escala alargada.<br /><br /><b>Exigimos uma acção urgente e empenhada do Governo, para salvar o pouco que ainda pode ser salvo.</b><br /><br /><hr /><br />Sr.(a) Leitor(a), p.f. mande uma cópia ao M.E.<br />email: <i>gme@me.gov.pt, se.adj-educacao@me.gov.pt, se.educacao@me.gov.pt<br />_<br /></i>José Carrancudohttp://www.blogger.com/profile/06943364612429845279noreply@blogger.com2